A vacinação contra o coronavírus aos poucos avança e a esperança de retomar algumas práticas, eventos e rotina anteriores também. Especialistas da área de saúde afirmam que a melhora será gradual, que ainda não é possível fazer declarações sobre o fim da pandemia e que teremos que aprender a conviver com o vírus e incorporar as medidas preventivas.
Esse cenário me faz pensar na disponibilidade das pessoas em, não apenas aceitar esse novo jeito de viver, mas também de promover transformações internas, dentro de si, que contribuam para maior conforto e felicidade delas próprias em sua vida pessoal, no trabalho e na carreira.
Nosso cérebro possui algo fantástico que se chama neuroplasticidade, a capacidade do sistema nervoso de modificar sua estrutura e função em decorrência da experiência, o que gera a adaptação do indivíduo às mudanças ambientais externas e internas. A história e a ciência já comprovaram que somos seres altamente adaptáveis e modificáveis. No entanto, apesar desse valioso atributo, observamos também a resistência humana em atualizar sua forma de pensar e agir, a dificuldade em abandonar práticas antigas que não condizem mais com as mudanças globais e a recusa em adotar novas ações que acompanham o movimento e o fluxo da vida.
Você se sente preparado para atualizar seus valores e adotar comportamentos em consonância com o mundo que está em construção? Esse cenário de vastas mudanças pode ser uma oportunidade de ouro para sua transformação pessoal e reconstrução da carreira.
Nos trabalhos de educação e desenvolvimento humano que realizo dentro das organizações, tenho percebido profissionais, especialmente líderes, em sofrimento. Isso porque ainda tem muita gente tentando lidar com o novo, do jeito velho. Não há mais espaço para o “manda quem pode obedece quem tem juízo”. O home office escancarou a fragilidade da gestão pelo controle. O trabalho com as equipes à distância tem sido uma prova de fogo para a produtividade e o tão almejado engajamento, a necessidade de inovação tem testado as mentes condicionadas e pouco imaginativas. E mesmo com tantas variações, poucas organizações se mostram dispostas a reverem de fato a própria cultura.
A transformação positiva da sua carreira, assim como nessa filosofia, depende também do amadurecimento do seu interesse em apenas obter resultados financeiros para o propósito de ser alguém que faz algo importante para a sociedade
Será que você, mesmo insatisfeito, também tem insistido em fazer as coisas de maneira tradicional? Recomendo que você faça um exercício de imaginação e se pergunte como você gostaria que fosse seu trabalho, como gostaria de executá-lo. Caso tivesse a oportunidade de ter seu próprio negócio, como gostaria que ele fosse?
Há alguns anos atrás, o conselheiro Márcio Fernandes alertou os empresários brasileiros sobre uma nova filosofia de gestão: a felicidade que dá lucro. “Um lucro obtido de maneira diferente, com inclusão e valorização das pessoas, onde as coisas não acontecem pela força e sim pela energia proveniente do engajamento”. Modelo de gestão que possui como base a coletividade, rompendo com o padrão “top-down”, de centralização de poder e imposição de resoluções.
Essa nova filosofia aposta na proximidade entre as pessoas e a participação nas decisões, gerando engajamento. Segundo Márcio, empresas onde as pessoas se sentem bem, possuem muito menos problemas para se administrar. O desafio é sair do modelo de controlar tudo para confiar em todos. A realização acontece porque tem sentido para as pessoas, porque elas querem fazer e não porque alguém mandou, criando dessa maneira um círculo virtuoso, o que faz com que o lucro e a felicidade sejam convergentes e cresçam juntos.
O lucro permanece como diretriz e valor, mas à ele se somam protagonismo, autonomia, bem-estar e sentido.
Trata-se de uma forte mudança cultural, de migrar da competitividade para a credibilidade e confiança – acreditar em si mesmo, praticar o bem em tempo integral, melhorar continuamente e compartilhar os resultados.
A transformação positiva da sua carreira, assim como nessa filosofia, depende também do amadurecimento do seu interesse em apenas obter resultados financeiros para o propósito de ser alguém que faz algo importante para a sociedade.
Você está disposto a sair da carreira tradicional para o protagonismo da carreira moderna de assumir seu papel de contribuir para a humanidade?