Na última semana tivemos dois episódios marcantes que evidenciam parte da
transformação global que estamos atravessando. O primeiro foi a atitude do jogador Cristiano Ronaldo, durante uma entrevista coletiva, de retirar da sua frente duas garrafinhas do refrigerante patrocinador do torneio europeu, para em seguida, defender o consumo de água. O segundo, foi o anúncio surpreendente da entrada da cantora Anitta para o conselho administrativo do Nubank.
Tirando a hipótese de uma possível jogada de marketing, o que esses acontecimentos possuem em comum? De imediato dois aspectos me chamam atenção: o poder de influência de personalidades ou influenciadores digitais, no comportamento humano, e consequentemente, no mercado financeiro; e a mudança de valores da sociedade.
No primeiro caso, um gesto autêntico de priorizar a defesa de um hábito saudável, em detrimento dos ativos da soberana Coca-Cola, me fez pensar sobre a expansão do movimento de conscientização em relação a importância da qualidade do que ingerimos para nossa saúde. Cenas como essa demonstram que atitudes de prevenção, cuidado e priorização da saúde vêm se intensificando nos últimos anos, inclusive dentro das organizações. Produtos e práticas relacionados ao natural, natureza, essência e portanto, saúde integral e bem-estar, tendem a crescer ainda mais nos próximos anos, impactando na cultura das empresas e nas oportunidades de mercado.
Em relação a decisão do Nubank, fica visível outra tendência que já começou a acontecer, em relação a visão e valorização da diversidade como meio de inovação, aproximação e comunicação com o público alvo, o que pode se constituir também como porta de acesso para o conhecimento da realidade e inclusão de minorias sociais.
Anitta pode se tornar inspiração não só para atrair novos clientes, mas também para potencializar conscientização de que a diversidade precisa adentrar a instituição e concretizar uma transformação social positiva.
Carreira é movimento e é saudável que ela acompanhe a mobilidade da sua alma. A alma anseia pelo amadurecimento psíquico, pois este irá conduzir o indivíduo a descobrir e a assumir sua verdadeira identidade e a fazer escolhas em consonância com sua essência
Além dessa questão, fiquei me perguntando: quem diria que uma ousada cantora de funk, mesmo sendo uma empresária de sucesso, seria escolhida para fazer parte do conselho de uma instituição financeira? Novos tempos, novos comportamentos e pioneiras decisões, que reverberam em nosso cotidiano e em nossas carreiras.
Será que Anitta quando decidiu iniciar a carreira artística, intencionava chegar a posição de conselheira?
O céu é o limite! Melhor dizendo, o céu não é o limite, mas a mente humana sim.
Por isso, convido você a refletir se ao longo da sua trajetória profissional, você tem estado refém da sua formação técnica e do seu diploma, limitando iniciativas e oportunidades que poderiam lhe levar à expansão e realização.
Carreira é movimento e é saudável que ela acompanhe a mobilidade da sua alma. A alma anseia pelo amadurecimento psíquico, pois este irá conduzir o indivíduo a descobrir e a assumir sua verdadeira identidade e a fazer escolhas em consonância com sua essência.
O processo de amadurecimento somente é possível por meio de experiências, tentativas, erros, frustrações e autoconhecimento. Quem limita suas vivências seja por medo, insegurança ou acomodação, está restringindo seu desenvolvimento e maturação, e impedindo se tornar tudo aquilo que poderia ser.
O fato é que autenticidade, saúde e diversidade têm tudo a ver com a essência humana. Somos plurais, multifacetados e nosso organismo reconhece as práticas que são saudáveis, valorozas e que honram a humanidade. No entanto, ao longo da história nos disvirtuamos, e esses dois recentes episódios nos alertam para qual direção devemos olhar: para o humano, para a valorização do ser. Tudo está conectado. É chegada a hora de atualizar valores, rever comportamentos e assumir escolhas.
E você, em que direção tem olhado?