O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medida oficial da inflação, calculado pelo IBGE, ficou em 0,09%, em abril, na Região Metropolitana de Salvador (RMS), tendo uma forte desaceleração em relação à taxa de março (0,81%). Ainda ficou, porém, acima do índice de abril do ano passado, quando houve deflação (-0,16%).
O índice da RMS ficou bem menor que o nacional (0,31%) e foi o 2º mais baixo entre as 16 áreas investigadas separadamente pelo IBGE, acima apenas do IPCA de Brasília (0,05%). Em abril, a inflação foi mais elevada em Rio Branco/AC (0,96%), na Região Metropolitana de Fortaleza/CE (0,75%) e em Aracaju/SE (0,75%).
Com o resultado do mês, o IPCA na RMS tem alta de 2,10% no acumulado de janeiro a abril de 2021. Está abaixo do índice nacional (2,37%), sendo o 3o menor acumulado entre os 16 locais investigados. Nos 12 meses encerrados em abril, a inflação na RM Salvador acumula alta de 5,96%. Seguiu acelerando em relação aos 5,70% registrados nos 12 meses encerrados em março, mas também se mantém abaixo do acumulado no país como um todo (6,76%).
Energia elétrica
Dentre os nove grupos de produtos e serviços que compõem o IPCA, cinco apresentaram altas em abril, na Região Metropolitana de Salvador. Os três grupos que mais aumentaram também exerceram as três principais pressões de alta na inflação de abril, na RMS: habitação (1,10%), saúde e cuidados pessoais (0,87%) e alimentação (0,53%).
Dentre os aumentos nos custos de moradia, a energia elétrica (1,96%) foi o mais importante e que, individualmente, mais puxou o IPCA de abril para cima na RMS. O aumento teve influência da manutenção, no mês, da bandeira tarifária amarela, que acrescenta R$ 1,343 na conta de luz a cada 100 quilowatts-hora consumidos.
Também houve altas significativas nos aluguéis (1,32%) e nos condomínios (1,25%), ao passo que o preço médio do gás de botijão teve uma discreta deflação (-0,04%).
Dentre ao aumentos no grupo saúde e cuidados pessoais, o que mais puxou a inflação da RMS para cima em abril foi o dos medicamentos em geral (produtos farmacêuticos, com 3,12%). No dia 1º de abril, foi concedido o reajuste de até 10,08% no preço dos medicamentos, dependendo da classe terapêutica. Trata-se de um aumento anual que costuma ocorrer nesse mês.
Além dele, itens individuais como perfume (3,39%) e os planos de saúde (0,66%) também pressionaram o custo de vida para cima, na RMS, em abril.
Já os alimentos seguiram em alta, porém mantendo ritmo de desaceleração verificado desde fevereiro, ou seja, aumentando menos do que no mês anterior. Foram puxados pelos produtos consumidos em casa (0,56%), como leites e derivados (1,24%) e bebidas e infusões (2,09%). Foi, porém, a refeição fora de casa (almoço ou jantar) o item que individualmente mais impactou na alta do grupo, com um aumento de 1,50%.
Dentre os quatro grupos com deflação em abril, o destaque ficou com os transportes (-1,76%), que mostraram uma queda importante depois de seis meses em alta e de ter exercido a principal pressão inflacionária na RMS, em fevereiro e março.
Os combustíveis (-6,39%) tiveram a maior influência nesse sentido. A queda média no preço da gasolina (-6,06%), depois de cinco meses de aumentos significativos, foi, individualmente, o que mais contribuiu para segurar a inflação da RMS em abril. Em seguida, ficou a deflação do etanol (-12,25%).
Os preços dos itens de vestuário (-0,41%) também voltaram a cair em abril, após um aumento em março (de 0,25%), puxados pelas roupas em geral (-0,75%), e foram importantes para segurar o IPCA do mês, na Região Metropolitana de Salvador.