As vendas do varejo na Bahia, em outubro, seguiram em alta (3,5%) frente ao mês anterior, na série com ajuste sazonal. Foi o sexto avanço consecutivo nessa comparação, mostrando aceleração do crescimento em relação à passagem de agosto para setembro (1%) e o melhor resultado para um mês de outubro, no estado, em 16 anos, desde 2004 (4,8%). Foi também o melhor resultado do varejo no país, bem superior ao nacional (0,9%) e liderando os desempenhos positivos verificados em 22 dos 27 estados. No outro extremos, as quedas mais intensas ocorreram em Tocantins (-5,4%), Roraima (-2,2%) e Pará (-0,7%). Os dados são do IBGE.
O novo resultado positivo mantém o comércio varejista da Bahia num patamar significativamente acima do verificado antes do início da pandemia da Covid-19. No acumulado entre março e outubro, as vendas já crescem 9,9% no estado.
Na comparação com outubro de 2019, as vendas na Bahia também mostraram forte crescimento (11,3%). Foi o terceiro avanço consecutivo nesse confronto e o melhor resultado para um mês de outubro desde 2012, quando as vendas haviam crescido 11,4%.
O avanço baiano (11,3%) ficou acima do resultado nacional (8,3%). Na comparação com outubro de 2019, quase todos os estados tiveram aumento nas vendas, exceto Tocantins (-5,7%). Os destaques positivos ficaram com para Piauí (23,0%), Acre (18,2%) e Maranhão (17,8%).
Os resultados do varejo baiano em outubro ainda não foram suficientes, porém, para que o setor tenha desempenho positivo no acumulado no ano de 2020. Frente ao mesmo período do ano passado, as vendas ainda caem (-4,4%) nessa comparação, mostrando o 4o pior resultado entre os estados.
Nos 12 meses encerrados em outubro, frente aos 12 meses anteriores, o varejo da Bahia também ainda mostra recuo (-2,4%). Ambos os desempenhos seguem piores que os verificados no Brasil como um todo (0,9% e 1,3%, respectivamente).
Segmentos
Em outubro, o resultado positivo da vendas na Bahia (11,3%) foi resultado do desempenho de 6 das 8 atividades do varejo restrito (que exclui automóveis e material de construção).
Apenas os segmentos de livros, jornais, revistas e papelaria (-44,1%) e de equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (-16,0%) seguiram em queda. Ambos já vêm com resultados bastante negativos desde muito antes da pandemia da Covid-19.
Liderando as altas pelo quinto mês consecutivo, as vendas de móveis e eletrodomésticos (54,5%) voltaram a acelerar e foram, mais uma vez, as que mais contribuíram para a alta do varejo como um todo, no estado. O segmento cresce 17,5% no acumulado de janeiro a outubro de 2020, apresentando o melhor resultado do comércio baiano.
O segundo principal impacto positivo em outubro também veio novamente dos outros artigos de uso pessoal e doméstico (15,6%), cujas vendas cresceram pelo terceiro mês seguido. O segmento concentra lojas de departamento e os grandes sites de varejo on-line.
O segmento de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, de maior peso na estrutura do varejo na Bahia, também voltou a apresentar um resultado discretamente positivo (0,5%) após dois meses de queda.
Outra atividade que parou de cair em outubro foi a de tecidos, vestuário e calçados, que apresentou uma primeira variação positiva (0,1%) depois de recuar seguidamente desde março.
Varejo ampliado
Em outubro, o volume de vendas do comércio varejista ampliado baiano teve novo avanço frente ao mês anterior, na série livre de influências sazonais (2,3%).
Foi o sexto crescimento consecutivo nessa comparação e, mesmo com a desaceleração no avanço, comparado a meses anteriores, o estado se manteve ligeiramente acima da média nacional (2,1%).
Frente ao mesmo mês do ano anterior, as vendas do varejo ampliado na Bahia também seguiram em alta em outubro (3,2%), mostrando o segundo resultado positivo consecutivo desde janeiro. Ainda assim, o desempenho continua abaixo do verificado no país como um todo (6,0%) e, com todos os estados em alta nessa comparação, foi o 4º pior entre as unidades da Federação.
O varejo ampliado engloba, além do varejo restrito, as vendas de veículos, motos, partes e peças e de material de construção, para as quais não se consegue separar claramente o que é varejo do que é atacado.
No confronto com outubro de 2019, o comércio de veículos na Bahia seguiu em queda (-18,8%), a nona consecutiva neste ano e o pior resultado entre os 13 estados onde a atividade é pesquisada separadamente.
Já o comércio de material de construção se manteve em alta, com o quinto crescimento consecutivo nas vendas (10,9%), ainda que num patamar bem inferior ao dos meses anteriores.
Apesar dos resultados de outubro, o varejo ampliado baiano segue negativo no acumulado de 2020 (-8,9%), frente a um resultado de -2,6% em nível nacional. Nos 12 meses encerrados em outubro, as vendas do varejo ampliado na Bahia também mostram queda (-6,0%) mais intensa do que a nacional (-1,4%).