A produção industrial da Bahia apresentou uma variação negativa (-0,1%), em outubro, frente ao mês anterior, na comparação com ajuste sazonal, após cinco crescimentos consecutivos. O resultado negativo da indústria baiana nesse confronto foi o primeiro desde abril (-24,7%), e ficou abaixo do desempenho nacional (1,1%). Também diferentemente do que ocorre no Brasil como um todo, o setor fabril da Bahia ainda não se recuperou das perdas registradas desde que se iniciou a pandemia da Covid-19, mantendo uma queda acumulada na produção de -7,6% entre os meses de março e outubro. Os dados são do IBGE.
Além de apresentar resultado negativo frente ao mês imediatamente anterior, em relação a outubro de 2019, a produção industrial baiana também seguiu em recuo (-6,5%) pelo sétimo mês consecutivo (cai desde abril). O ritmo da queda, que estava reduzindo desde abril, voltou a se intensificar, já que em setembro, o resultado nessa comparação havia sido de -1,4%.
O resultado negativo apresentado na Bahia foi bem pior que o nacional (0,3%) e um dos 6 recuos registrados entre os 15 locais investigados.
A Bahia teve a quarta maior queda frente ao mesmo mês no ano anterior, ficando à frente apenas de Espírito Santo (-7,6%), Goiás (-9,6%) e Mato Grosso (-11,7%). Por outro lado, Santa Catarina (7,6%), Pernambuco (7,2%) e Ceará (6,1%) tiveram os melhores resultados em outubro 20/outubro 19.
No acumulado de janeiro a outubro de 2020, a produção da indústria na Bahia acumula perda de -6,9%, em relação ao mesmo período de 2019. O resultado é um pouco pior que o do Brasil como um todo (-6,3%). Nos 12 meses encerrados em outubro, a indústria na Bahia também se mantém no negativo (-6,2%), frente aos 12 meses imediatamente anteriores. O resultado também está pior que o verificado no Brasil como um todo (-5,6%).
Veículos
O recuo na produção industrial da Bahia na comparação com outubro de 2019 (-6,5%) refletiu as quedas tanto na indústria extrativa (-10,1%), quarto recuo consecutivo, quanto na indústria de transformação (-6,3%), sétima queda seguida.
Houve recuos em 5 das 11 atividades da indústria de transformação investigadas separadamente no estado, com destaques para a fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias (-32,4%) e a fabricação de coque, de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis (-6,9%). Foram elas que mais puxaram a produção industrial baiana como um todo para baixo, em outubro.
Apesar da queda não tão acentuada, o segmento de derivados de petróleo é o mais representativo na estrutura industrial baiana e teve, em outubro, seu segundo resultado negativo após um ano de crescimentos consecutivos, inclusive durante a pandemia (a produção aumentou mês a mês entre agosto de 2019 e agosto de 2020).
Já a indústria automobilística da Bahia cai seguidamente desde fevereiro e se mantém com o pior desempenho no ano de 2020 (-45,1%), frente ao mesmo período de 2019.
Entre as 6 atividades industriais com aumento de produção em outubro 20/ outubro 19 na Bahia, os principais destaque, tanto em termos de magnitude da taxa, quanto em contribuição para segurar a queda da indústria baiana no mês, vieram da fabricação de outros produtos químicos (7,1%) e da fabricação de celulose, papel e produtos de papel (7,1%).