A economia brasileira passou por diversas transformações nos últimos anos. Uma mudança positiva foi o crescimento da energia eólica no país, passando de uma capacidade instalada de 230 MW em 2006 para 15,5 MW em 2019. A Neoenergia, controladora da Coelba, foi pioneira na transição energética nacional, iniciando a operação do seu primeiro complexo eólico há 14 anos. Agora, com 17 parques em funcionamento, 27 em construção e novos projetos no radar, a companhia vai triplicar a capacidade instalada dessa fonte limpa até 2022, atingindo 1,6 GW. O fornecimento de energias renováveis é o core business da companhia, alinhada à estratégia global da Iberdrola, seu acionista controlador, que é líder no modelo energético sustentável.
“A expansão da carteira de renováveis, principalmente de geração eólica, é prioridade para nós. Acreditamos na retomada verde após a crise econômica e, por isso, mantivemos os nossos investimentos em 2020, com destaque para o avanço das obras no Complexo Eólico Chafariz, na Paraíba, além do início da construção do Complexo Oitis e da aquisição de novos projetos na Bahia. Sabemos da relevância da energia eólica para a economia e as comunidades onde os projetos em desenvolvimento e operação estão inseridos”, afirma a diretora de Renováveis da Neoenergia, Laura Porto.
Hoje, a companhia possui capacidade instalada de 516 MW, em 17 parques nos estados da Bahia, do Rio Grande do Norte e da Paraíba. Essa energia é suficiente para abastecer mais de 1,1 milhão de casas e evitar a emissão de mais de 830 mil toneladas de CO².
O primeiro parque eólico da Neoenergia, Rio do Fogo (RN), que teve a operação iniciada em 2006, foi também um dos pioneiros no país. Além disso, foi o primeiro projeto de energia eólica a receber incentivo por meio do Proinfa (Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia), iniciativa criada pelo governo federal em 2002 para estimular a utilização de fontes renováveis, como eólica, hídrica (através de pequenas centrais hidrelétricas) e biomassa. O parque tem 62 aerogeradores, que somam capacidade instalada de 49,3 MW.
Desde a inauguração de Rio do Fogo, os equipamentos para geração eólica evoluíram e ganharam mais eficiência. Os aerogeradores que serão utilizados pela Neoenergia no Complexo Eólico Oitis – que teve a sua construção iniciada em novembro, três meses antes do previsto, e entrará em operação em 2022 – são de um dos mais modernos modelos do mundo, com capacidade unitária de 5,5 MW, quase 7 vezes mais do que o modelo instalado em Rio do Fogo, e 126 metros de altura, o equivalente a um prédio de 25 andares.
Oitis
Oitis será o maior complexo eólico terrestre da Iberdrola na América Latina e o segundo maior do mundo, com potência de 566,5 MW em 12 parques, sendo dois na Bahia e dez no Piauí. “Nossos novos complexos eólicos marcam uma mudança no modelo de negócios, mais voltado para o mercado livre de energia, para atender a uma demanda crescente das empresas por energia limpa. Em Oitis, 96% da energia será destinada ao Ambiente de Contratação Livre. A utilização de fontes renováveis, com foco em eólica e solar, é uma importante prática sustentável, reconhecida pelo mercado e pelos índices de bolsas de valores”, afirma a superintendente de Desenvolvimento de Negócios Renováveis da Neoenergia, Thaisa Almeida.
Está em construção também o Complexo Eólico Chafariz, na Paraíba, com 87,5% das obras civis concluídas em pouco mais de um ano. Em janeiro de 2021, será iniciada a montagem dos aerogeradores. “Além da geração de energia limpa a partir de 2022, o empreendimento é fonte de geração de emprego e de renda para a região de Santa Luzia, município do Sertão paraibano. Em novembro, havia 1.423 pessoas trabalhando nas obras”, diz o superintendente de Projetos Renováveis da Neoenergia, Leandro Montanher.
Além dos parques já em desenvolvimento, a Neoenergia adquiriu projetos pipeline de geração eólica na Bahia, com potencial a ser instalado de 400 MW. A companhia também anunciou a sua entrada na geração fotovoltaica centralizada, com a construção da Usina Solar Luzia, também na Paraíba, que tem potência de 149,3 MWdc e deve entrar em operação no segundo semestre de 2022.
Crescimento no Brasil
A companhia está alinhada às projeções nacionais, que são de ainda mais destaque para energia eólica. De acordo com o Plano Decenal da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), eólica e solar deverão representar 12% da capacidade instalada em 2021, um total de 20.487 MW, e saltar para 20% em 2030, com 40.666 MW.
A instalação de parques eólicos contribui para melhorar a qualidade de vida das comunidades no entorno dos empreendimentos – no Brasil, 80% deles estão no Nordeste. Entre 2000 e 2010, o Índice de Desenvolvimento Humano do Município (IDHM) em localidades que haviam recebido investimentos em energia eólica aumentou 20%, segundo um estudo da consultoria GO Associados publicada pela Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica).