O número de pessoas trabalhando (população ocupada) na Bahia mostrou seu primeiro crescimento estatisticamente significativo desde maio. Passou de 4,887 milhões em agosto para 4,973 milhões de pessoas de 14 anos ou mais de idade no mês passado (+1,9%), o que representou mais 93 mil pessoas trabalhando. Os dados são da edição mensal da PNAD Covid19, divulgada hoje (23) pelo IBGE.
Esse aumento absoluto (+93 mil trabalhadores) foi o segundo maior entre os estados, abaixo apenas do verificado em São Paulo, onde a população ocupada cresceu em 130 mil pessoas de agosto para setembro (+0,7%), chegando a 20 milhões de trabalhadores no mês passado.
Com o maior número de pessoas trabalhando, o nível da ocupação (percentual de pessoas de 14 anos ou mais de idade que trabalham) voltou a crescer na Bahia e chegou a 41,4% em setembro.
Apesar da melhora, o indicador ainda não atingiu o patamar de maio (42,9%), e o número de trabalhadores no estado ainda está abaixo do existente naquele mês (5,1 milhões de pessoas ocupadas).
Atividades econômicas
A alta na população ocupada na Bahia foi puxada pelo comércio; reparação de veículos automotores e motocicletas. O segmento teve os maiores crescimentos absoluto e relativo no número de trabalhadores entre agosto e setembro e respondeu por mais da metade dos novos postos de trabalho nesse período.
No mês passado, o comércio tinha 919 mil trabalhadores na Bahia, o maior número desde maio. Esse contingente cresceu 5,8% frente a agosto, o que significou mais 51 mil pessoas trabalhando no setor, em um mês.
Mas a passagem de agosto para setembro viu a população ocupada crescer em quase todas as atividades na Bahia: houve aumento do número de trabalhadores em 9 dos 12 segmentos pesquisados.
Além do comércio, tiveram altas importantes também os setores de construção (+16 mil pessoas ocupadas entre agosto e setembro) e a indústria de transformação (+15 mil trabalhadores).
Apenas serviços domésticos (menos 11 mil trabalhadores, -4,3%) e outras atividades (menos 13 mil pessoas, -35,3%) seguiram com redução nas suas populações ocupadas. Administração pública, defesa e seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais mostrou estabilidade.
Outro ponto positivo da retomada da ocupação em setembro, na Bahia, foi o aumento estatisticamente significativo no número de pessoas empregadas com carteira assinada.
No mês passado, 1,433 milhão de pessoas que trabalhavam no estado (28,8% do total) tinham carteira assinada, num aumento de 3,4%, ou 47 mil empregados com carteira a mais, em relação a agosto. Tanto o número de empregados com carteira quanto sua participação no total de trabalhadores baianos atingiu, em setembro, seus maiores patamares desde maio.
O número de trabalhadores por conta própria também voltou a crescer na Bahia, em setembro, após ter caído mês a mês desde maio. Chegou a 1,501 milhão de pessoas no mês passado (30,2% dos ocupados no estado), 3,1% a mais do que em agosto, o que representou mais 45 mil pessoas trabalhando nessa condição.
O avanço da ocupação fez a taxa de informalidade voltar a mostrar tendência de alta no estado. Depois de seguidas variações para baixo desde maio, ela chegou a 46,4% das pessoas ocupadas em setembro. Isso significa que 2,310 milhões de trabalhadores baianos eram informais (empregados do setor privado ou trabalhadores domésticos sem carteira assinada; empregadores ou trabalhadores por conta própria que não contribuíam para o INSS; ou trabalhadores não remunerados em ajuda a morador do domicílio ou parente).
Entre agosto e setembro, o número de trabalhadores que estavam afastados de suas atividades profissionais por causa da necessidade de isolamento imposta pela pandemia da Covid-19 seguiu em queda e chegou a 209 mil pessoas na Bahia, representando 4,2% dos ocupados no estado.
A adoção do trabalho remoto também mostrou leve recuo. Em setembro, na Bahia, 294 mil pessoas ocupadas estavam em home office (5,9% do total).