O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), calculado pelo IBGE, voltou a acelerar e ficou em 0,05% na Região Metropolitana de Salvador (RMS), acima tanto do registrado em maio (-0,54%) quanto do índice de junho de 2019 (0,03%). O IPCA-15 funciona como uma prévia da inflação oficial do mês, refletindo os preços coletados entre 15 de maio e 15 de junho.
O índice de junho na RMS (0,05%) ficou um pouco acima do verificado no país como um todo (0,02%). A Região Metropolitana do Rio de Janeiro (0,27%), o município de Goiânia (0,13%) e Brasília (0,10%) tiveram as maiores prévias da inflação. Dentre as quatro áreas com deflação, os menores índices foram verificados nas RMs Belém (-0,20%), Fortaleza (-0,17%) e Belo Horizonte (-0,09%).
No primeiro semestre de 2020, o IPCA-15 da RM Salvador tem variação acumulada de -0,40%, mantendo-se acima do índice do Brasil como um todo (-0,58%), mas desacelerando em relação ao acumulado até maio (0,62%).
Nos 12 meses encerrados em junho, o índice chegou a 1,79%, interrompendo a trajetória de desaceleração em relação ao mês anterior (o acumulado havia sido de 1,77% nos 12 meses encerrados em maio), mas ainda um pouco menor que o nacional (1,96%).
Alimentos, comunicação e artigos de residência
O IPCA-15 de junho na Região Metropolitana de Salvador (0,05%) foi resultado de aumentos nos preços médios de sete dos nove grupos de produtos e serviços que formam o índice. Transportes (-1,06%) e despesas pessoais (-0,25%) tiveram deflações.
Com a terceira maior alta dentre os nove grupos, alimentação e bebidas (0,76%) foi mais uma vez a principal pressão inflacionária no mês, pois tem o maior peso nas despesas das famílias na RMS.
Tanto a alimentação no próprio domicílio (0,90%) quanto comer fora, incluindo os serviços de delivery (0,38%) ficaram mais caros. Destaque para a cebola (23,47%) que teve o maior aumento dentre as centenas de itens pesquisados e que já mais que dobrou de preço no ano (110,24%). Na alimentação fora, a principal pressão veio dos lanches (1,26%).
Apesar do aumento em média, alguns alimentos que haviam puxado a inflação para cima nos meses anteriores mostraram recuos na prévia de junho. Foi o caso do tomate (-4,95%) e da cenoura (-9,26%).
O grupo comunicação teve a maior alta no IPCA-15 de junho na RM Salvador (1,06%), acelerando em relação a maio (quando havia aumentado 0,44%) e exercendo a segunda principal pressão de alta no índice como um todo. Os aumentos nos aparelhos telefônicos (2,90%) e nos combos de telefonia, internet e TV por assinatura (2,33%) foram as influências mais importantes.
Uma terceira pressão significativa para o IPCA-15 de junho na RMS veio dos artigos de residência (1,01%), que também aumentaram mais do que em maio (quando haviam ficado em 0,77%), puxados por itens como televisores (5,21%) e refrigeradores (6,09%), entre outros.
Entre os grupos que apresentaram deflação na prévia de junho, transportes (-1,06%) foi fortemente influenciado pelas passagens aéreas (-25,36%), que se mantiveram em forte queda e foram o item que, individualmente, mais contribuiu para segurar o IPCA-15.
Já as despesas pessoais (-0,25%) sofreram a influência da queda nos itens de recreação (-0,86%), sobretudo hospedagem (-2,22%).