O Sindicato dos Médicos do Estado da Bahia denuncia que os médicos contratados pelo regime de pessoa jurídica para atuar na maternidade de referência José Maria de Magalhães Netto estão com atraso no pagamento. Os honorários referentes ao trabalho desenvolvido no mês de março deveriam ter sido pagos até 20 de abril. A presidente do Sindimed-BA, Ana Rita de Luna Freire Peixoto, diz que os médicos seguem trabalhando normalmente e que o sindicato está cobrando a normalização da remuneração.
“Emitimos, um requerimento de regularização ao IGH, empresa gestora do hospital, com cópia para a Sesab (Secretaria de Saúde da Bahia), no dia 20 de abril, solicitando solução do problema no prazo de dez dias, mas, até o momento, não obtivemos resposta”, afirma. Os médicos contratados por PJ nesse hospital de grande porte têm informado ao Sindimed que a IGH tem atribuído o atraso nos vencimentos ao fato da Sesab não ter repassado os recursos devidos.
A presidente do Sindimed lamenta que mais este problema venha a ser somado à situação hostil encontrada pelos médicos. “Não é possível, que, em meio à crise do Covid-19, a classe médica, que já está lutando com tantos problemas para conseguir desenvolver seu trabalho, ainda tenha que enfrentar atrasos de pagamentos”, diz.
Ana Rita acrescenta que o estado há mais de dez anos não realiza concurso para os médicos e que os profissionais contratados para trabalhar em regime de pessoa jurídica nas unidades precisam de proteção. “Nós requeremos um seguro para os que atuam como PJ, prevendo casos de contaminação pelo coronavírus, mas nem o governo do Estado, nem a prefeitura de Salvador, atenderam o pleito da categoria”, afirma.
Os médicos da Bahia têm sido muito desrespeitados, segundo a presidente. “Até o direito à vida tem sido recusado. O governo do estado, por exemplo, nega aos que são idosos e têm comorbidades, integrando assim o grupo de risco, que não estejam diretamente ligados ao atendimento da Covid-19. O governador recorreu da liminar que previa o remanejamento dos profissionais para atendimento de outras patologias e ainda transmitiu informações equivocadas no que diz respeito à demanda jurídica. Em nenhum momento, requeremos que os médicos ‘fiquem em casa’ sendo pagos sem trabalhar, como disse Rui Costa”, afirma a presidente do Sindicato dos Médicos.