A taxa de desocupação na Bahia ficou em 16,4% no 4º trimestre de 2019, um pouco menor que a verificada no 3º trimestre (16,8%) e abaixo também da registrada no 4º trimestre de 2018 (17,4%). Manteve-se, porém, como a maior taxa de desocupação entre os estados e bem acima da média nacional (11%). Assim, no ano de 2019, a taxa média de desocupação no estado ficou em 17,2%, ligeiramente superior à de 2018 (17%) e um novo recorde na série da série da PNAD Contínua, do IBGE, iniciada em 2012.
Assim como já havia ocorrido no ano anterior, em 2019 a Bahia ficou com a segunda maior taxa de desocupação entre os estados brasileiros, abaixo apenas da verificada no Amapá (17,4%). A taxa baiana foi bem maior que a média nacional (11,9%) e mais que o dobro da taxa de Santa Catarina (6,1%), estado com menor desocupação no país.
Salvador teve taxa de desocupação de 15,2% no 4º trimestre de 2019, praticamente igual à do trimestre anterior (15,1% no 3º tri/19) e também muito próxima à do 4º trimestre de 2018 (15,3%).
No ano de 2019, a capital teve taxa de desocupação média de 16%, praticamente repetindo a de 2018 (16,1%). Assim, no ano passado, o município voltou a subir um pouco no ranking do desemprego, da 7ª taxa mais alta entre as capitais, em 2018, para a 3ª no ano passado, menor apenas que os indicadores de Manaus/AM (17,8%) e Macapá/AP (17,3%) e igual ao verificado em São Luís/MA (16,0%).
A RM Salvador apresentou pequena redução na taxa de desocupação do 3º trimestre (16,7%) para o 4º trimestre de 2019 (16,4%). Também houve recuo em relação ao 4º trimestre de 2018 (17,3%).
Assim, a região metropolitana da capital baiana fechou 2019 com uma taxa de desocupação média 17,6%, abaixo do registrado na média de 2018 (18,8%) e a menor desde 2015 (quando havia sido de 15,8%). Ainda assim, manteve-se com a 2ª maior desocupação entre as regiões metropolitanas pesquisadas na PNAD Contínua, mais uma vez com uma desocupação inferior apenas à verificada na RM Macapá (18,2%).
Número de pessoas procurando trabalho na Bahia cresce
A leve variação para cima na taxa de desocupação da Bahia em 2019 foi resultado, sobretudo, de um aumento da procura por trabalho mais expressivo que o aumento do número de pessoas trabalhando.
Em 2019 o número de pessoas procurando trabalho (desocupadas) no estado cresceu 2,3%, chegando a 1,202 milhão de pessoas, frente a 1,176 milhão em 2018. Isso representou mais cerca de 26 mil pessoas na fila da desocupação em um ano.
No ano passado, o número de desocupados no estado voltou a crescer, após ter apresentado leve recuo na passagem de 2017 para 2018, e chegou ao seu maior patamar na série histórica da PNAD Contínua (iniciada em 2012). Também está 66,9% maior que o total de desocupados em 2014, antes da crise, quando havia 720 mil pessoas procurando trabalho na Bahia.
Também houve em 2019, no estado, um aumento do número de pessoas trabalhando (população ocupada), que não foi, porém, suficiente para fazer a taxa de desocupação recuar.
O contingente de trabalhadores chegou a 5,785 milhões de pessoas no ano passado, na Bahia, 0,8% superior a 2018, quando eram 5,739 milhões de ocupados. Isso representou mais 46 mil pessoas trabalhando em um ano.
Em relação a 2014, quando 6,299 milhões de baianos estavam trabalhando, esse contingente caiu 8,2% o que significou menos 514 mil postos de trabalho no período.
Já o número de pessoas que estão fora da força de trabalho, ou seja, não estão trabalhando nem procurando trabalho, teve também uma leve alta na Bahia, entre 2018 e 2019, passando de 4,992 milhões para 5,013 milhões (+0,4%), o que representou mais 20 mil pessoas fora do mercado de trabalho em um ano.
Dentre os que estão fora da força de trabalho, os desalentados se reduziram um pouco em 2019, no estado. Eles somavam cerca de 774 mil pessoas no ano passado, frente a 788 mil em 2018 (menos 44 mil pessoas ou -5,6%).
A população desalentada é aquela que estava fora da força de trabalho por uma das seguintes razões: não conseguia trabalho, ou não tinha experiência, ou era muito jovem ou idosa, ou não encontrou trabalho na localidade. Entretanto, se tivesse conseguido trabalho, estaria disponível para assumir a vaga.
Carteira assinada parou de cair
Em 2019, o número de empregados no setor privado com carteira assinada na Bahia voltou a mostrar variação positiva após quatro anos consecutivos em queda (recuava desde 2015), chegando a 1,461 milhão de pessoas. Isso representou um discreto aumento de 0,2% em relação a 2018, quando 1,458 milhão de trabalhadores estavam nessa condição (mais 3.000 pessoas com carteira assinada em um ano).
Por outro lado, o número de empregados sem carteira no estado cresceu pelo terceiro ano consecutivo (+5,1%), chegando a 1,077 milhão de pessoas em 2019, 52 mil a mais que em 2018, quando esse grupo somava 1,025 milhão de trabalhadores.
O total de empregados sem carteira em 2019 na Bahia, foi o mais alto para o estado em toda a série histórica da PNAD Contínua.
O número de número de trabalhadores por conta própria também retomou o crescimento em 2019, no estado, após o recuo registrado na passagem de 2017 para 2018. Chegou a 1,708 milhão de pessoas no ano passado 0,6% maior que em 2018, quando eram 1,697 milhão de trabalhadores nessa condição (mais 11 mil contas-próprias em um ano).
O aumento dos trabalhadores sem carteira assinada e por conta-própria levou a informalidade no mercado de trabalho baiano a crescer e atingir, em 2019, seu maior patamar desde 2016 (ano em que é possível iniciar essa avaliação). Mais da metade dos trabalhadores no estado (54,7%) eram informais em 2019 (em 2018 a percentagem era de 54,3%).
Isso quer dizer que, no ano passado, na Bahia, 3,164 milhões de trabalhadores ou não tinham carteira assinada (inclusive trabalhadores domésticos), ou eram autônomos ou empregadores sem CNPJ, ou trabalhavam como auxiliares em algum negócio familiar.
Administração pública
Em 2019, na Bahia, houve redução no número de pessoas trabalhando em 6 dos 12 grupos de atividades profissionais investigados. As atividades ligadas à administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais lideraram novamente o saldo positivo de vagas, com mais 54 mil pessoas trabalhando nessa área de um ano para o outro, somando 1,061 milhão de ocupados em 2019.
Em seguida, veio a indústria de transformação, que teve saldo positivo de 33 mil trabalhadores, chegando a 414 mil ocupados em 2019.
No outro extremo, as atividades ligadas a comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas apresentaram o saldo mais negativo em termos de ocupação, com 22 mil trabalhadores a menos que em 2018. Ainda assim, é a área que mais emprega, somando 1,127 milhão de pessoas ocupadas no ano passado.
A segunda maior perda de postos de trabalho, em termos absolutos, ficou com as atividades ligadas a alojamento e alimentação, com saldo negativo de 19 mil trabalhadores entre 2018 e 2019.
Rendimento médio dos trabalhadores
Em média, no ano de 2019, o rendimento médio real (descontados os efeitos da inflação) dos baianos que trabalhavam ficou em R$ 1.562, mostrando queda de 2,8% em relação a 2018, quando havia sido de R$ 1.608.
As quedas médias nos rendimentos foram mais intensas em Salvador (-4,5%, chegando a R$ 2.543, frente a R$ 2.664 em 2018) e na região metropolitana da capital (-5,2%, chegando a R$ 2.317, frente a R$ 2.445 em 2018).