O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), calculado pelo IBGE, ficou em 0,07% na Região Metropolitana de Salvador (RMS), em fevereiro, desacelerando fortemente em relação ao registrado em janeiro (0,89%). O IPCA-15 funciona como uma prévia da inflação oficial do mês, refletindo os preços coletados entre 15 de janeiro e 11 de fevereiro.
A prévia da inflação de fevereiro/2020 na RMS (0,07%) foi a menor da série histórica regional disponível para o IPCA-15, iniciada em 2000. Também ficou abaixo da média do país (0,22%, a menor desde o início do Plano Real) e foi a 2ª menor alta entre as 11 áreas investigadas pelo IBGE, acima apenas do índice da Região Metropolitana de Belém (0,03%).
Em fevereiro, duas áreas registraram deflação, segundo o IPCA-15: as RM Curitiba/PR e Rio de Janeiro/RJ (-0,03% cada uma). Os maiores índices foram os das RM Fortaleza/CE (0,48%) e Belo Horizonte/MG (0,42%).
Com o resultado de fevereiro, o IPCA-15 da RMS acumula alta de 0,97% nos dois primeiros meses de 2020, ficando ainda um pouco acima do índice do Brasil como um todo (0,93%). No acumulado em 12 meses, chegou a 3,82%, desacelerando um pouco em relação ao acumulado até janeiro (3,86%) e se mantendo abaixo da média nacional (4,21%).
Educação e alimentação
Dos nove grupos de produtos e serviços que formam o IPCA-15, quatro tiveram altas em fevereiro, na Região Metropolitana de Salvador. Como costuma ocorrer no mês, os gastos com educação (+3,82%) foram os que mais aumentaram e também os que mais puxaram o IPCA-15 para cima na RMS.
Fevereiro é o mês em que o IBGE capta a maior parte dos aumentos nas mensalidades escolares, que, por isso, costumam ter forte impacto nos índices de inflação (IPCA-15 e IPCA). A tendência se manteve em 2020, mas o aumento neste ano (+3,82%) foi o menor desde 2001 (que havia sido de 3,71%).
A alta do grupo educação sofreu forte influência das mensalidades do ensino fundamental (+6,82%), item que, individualmente, mais contribuiu para elevar a prévia da inflação do mês. Mas também houve aumentos importantes no ensino superior (+2,36%), no ensino médio (+6,64%) e na pré-escola (+6,64%).
Além dos gastos com educação, as despesas com alimentos e bebidas (+0,48%) seguiram como importante pressão de alta no IPCA-15 de fevereiro, na RMS. Foram puxadas pelas refeições fora de casa (almoço ou jantar, com +1,63%), que já tinham exercido contribuição relevante em janeiro.
Outro item alimentício que impactou para cima na prévia da inflação de fevereiro, na RM Salvador, foi o tomate, com forte alta (+19,33%). As carnes em geral, por sua vez, tiveram deflação (-2,42%), após os aumentos de dezembro e janeiro.
Dentre os cinco grupos de produtos e serviços com queda média de preços na RMS, segundo o IPCA-15 de fevereiro, os destaques em termos de contribuição para conter a prévia da inflação foram, respectivamente, para transportes (-1,09%) e vestuário (-1,84%, maior queda).
As quedas médias nos preços da gasolina (-2,27%, principal contribuição individual para baixo), das passagens aéreas (-10,11%) e dos automóveis usados (-2,14%) foram, nessa ordem, as mais importantes entre as despesas com transportes.
As roupas em geral (-2,53%), tanto femininas (-3,33%), quanto masculinas (-2,04%) e infantis (-1,89%), também mostraram variações negativas, no IPCA-15 de fevereiro, refletindo em grande parte as liquidações de verão.