O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medida oficial da inflação, ficou em 1,26%, em dezembro, na Região Metropolitana de Salvador (RMS). O índice acelerou em relação a novembro (quando havia sido de 0,23%) e foi o mais alto, para um mês de dezembro, desde 2013, quando havia ficado em 1,34%.
Com a aceleração em relação a novembro, o IPCA de dezembro na RMS ficou acima da média nacional (que foi de 1,15%) e foi o 8º maior no ranking das 16 áreas investigadas. om o resultado do mês, o IPCA da RMS fechou o ano de 2019 em 3,93%. Ficou abaixo da média nacional (4,31%) e abaixo do registrado em 2018, quando ficou em 4,04%.
No acumulado no ano, o IPCA da RMS foi o 5º menor dentre as 16 áreas investigadas. Os maiores índices de 2019 ficaram com a RM Belém (5,51%), RM Fortaleza (5,01%) e no município de Campo Grande (4,65%). No outro extremo, o IPCA do ano foi menor na RM Grande Vitória (3,29%), na RM Recife (3,71%) e em Brasília (3,76%).
Gastos com alimentação
Dos nove grupos de produtos e serviços que formam o IPCA, cinco tiveram altas em dezembro, na Região Metropolitana de Salvador. O maior aumento ficou com o grupo alimentação e bebidas (3,80%), que acelerou frente a novembro de 2019 (0,32%). A alimentação no domicílio teve aumento importante (5,13%), sentindo ainda a pressão inflacionária das carnes (17,28%).
Transportes (1,35%) tiveram a segunda maior alta em dezembro e exerceram o segundo maior impacto no IPCA do mês, na RMS, motivado pelos aumentos nas passagens aéreas (22,24%) e na gasolina (1,78%). À exceção do município de São Luís (-0,53%), todas as regiões pesquisadas apresentaram variação positiva nos preços da gasolina, que foram desde o 1,78% da região metropolitana de Salvador até os 5,71% do município de Aracaju.
Por outro lado, as despesas com Habitação (-0,92%) e Artigos de residência (-0,79%) tiveram redução média dos preços em dezembro e, com isso, ajudaram a conter a inflação do mês na RMS.
Dentre os gastos com moradia, as reduções de preços mais importantes foram as da energia elétrica (-7,25%) – este item foi o que, individualmente, mais ajudou a conter a inflação de dezembro na RMS. Já o recuo do grupo artigos de residência foi influenciado principalmente pela redução do preço de eletrodomésticos e equipamentos (-2,39%) e aparelhos de TV, som e informática (-1,58%).
No entanto, vale destacar que o item que, individualmente, representou a maior pressão inflacionária do mês foi a alcatra (21,02%).
No ano de 2019
A forte alta de preços registrada em dezembro também fez dos alimentos a principal pressão inflacionária no ano de 2019, na RMS, segundo o IPCA. Alimentação e bebidas tiveram um aumento acumulado de 4,96% em 2019, o segundo maior entre os grupos, mas o mais importante para o índice geral, dado o peso das despesas com comida no orçamento das famílias na região metropolitana (cerca de 28,0%).
Os alimentos consumidos em casa (5,92%) tiveram uma maior influência no IPCA do ano, na RMS, do que a alimentação fora (2,91%). Os aumentos no fim do ano fizeram as carnes em geral (23,23%) terem um impacto relevante na inflação de 2019. Apesar disso, a energia elétrica (8,56%) foi o item que mais puxou o IPCA para cima, no ano de 2019, na Região Metropolitana de Salvador. Isso apesar do recuo no valor médio das contas de luz registrado em dezembro (-7,25%).
Ao lado de condomínio (7,30% no ano) e de aluguel (4,90%), a alta na energia fez o grupo habitação ter o quinto maior aumento no acumulado no ano (4,23%) entre os grupos e ficar com a terceira maior contribuição para a alta do IPCA de 2019, na RMS. Os transportes (4,44%), puxados pelos aumentos no preço da gasolina (6,0%) e dos ônibus urbanos (8,1%), foram a segunda maior pressão inflacionária no ano, segundo o IPCA.
Em 2019, na Região Metropolitana de Salvador, apenas Vestuário (-0,57%) e Artigos de residência (-1,01%) tiveram queda média de preços. Foram puxados, no primeiro caso, por calçados e acessórios (-5,29%) e roupas femininas em geral (-4,04%); e, no segundo caso, por mobiliário (-2,43%) e aparelhos de TV, som e informática (-4,04%).
Apesar de os alimentos terem sido os que mais puxaram a alta do IPCA em 2019, na RMS, itens de consumo importantes no dia a dia tiveram quedas e contribuíram para segurar a inflação do ano. Foi o caso, por exemplo, do tomate (-31,91%), da farinha de mandioca (-14,75%) e batata-inglesa (-21,83%).