O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), que funciona como uma prévia da inflação oficial do mês, ficou em 0,95% na Região Metropolitana de Salvador (RMS). O índice, calculado pelo IBGE, acelerou em relação a novembro (quando havia sido de 0,01%) e foi o mais alto, para um mês de dezembro, desde 2015, quando havia ficado em 1,20%.
Apesar da aceleração em relação a novembro, o IPCA-15 de dezembro na RMS ainda ficou abaixo da média nacional (que foi de 1,05%) e foi o 4º mais baixo entre as 11 áreas investigadas. Abaixo de Salvador, ficaram as regiões metropolitanas de Fortaleza (0,90%), São Paulo (0,88%) e Recife (0,60%).
No outro extremo, a Região Metropolitana de Belém (1,72%), o município de Goiânia (1,56%) e Brasília (1,52%) tiveram as maiores prévias da inflação de dezembro, pelo IPCA-15.
Com o resultado do mês, o IPCA-15 da RMS fechou o ano de 2019 em 3,77%. Ficou abaixo da média nacional (3,91%), mas o foi a maior prévia da inflação do ano, na RMS, desde 2016, quando havia fechado o ano em 6,97%.
No acumulado no ano, o IPCA-15 da RM Salvador foi o 5º menor dentre as 11 áreas investigadas. As maiores prévias da inflação de 2019 ficaram com as RM Belém (5,15%), Fortaleza (4,49%) e São Paulo (4,15%). No outro extremo, o IPCA-15 do ano foi menor na RM Curitiba (3,53%), em Brasília (3,33%) e na RM Recife (3,33%).
Alimentos
Dos nove grupos de produtos e serviços que formam o IPCA-15, cinco tiveram altas em dezembro, na Região Metropolitana de Salvador. O maior aumento ficou com o grupo alimentação e bebidas (2,68%), que voltou a ter alta depois de quatro meses seguidos de deflação pelo IPCA-15. A alimentação no domicílio teve aumento importante (3,71%), sentindo ainda a pressão inflacionária das carnes (15,17%).
As despesas pessoais (2,19%) tiveram a segunda maior alta em dezembro e exerceram o segundo maior impacto no IPCA-15 do mês, na RMS, ainda carregando o aumento dos jogos de azar/ loteria (36,99%), ocorrido em meados de novembro.
A forte alta de preços registrada em dezembro também fez dos alimentos a principal pressão inflacionária no ano de 2019, na RMS, segundo o IPCA-15.
Alimentação e bebidas tiveram um aumento acumulado de 4,60% em 2019, o quarto maior entre os grupos, mas o mais importante para o índice geral, dado o peso das despesas com comida no orçamento das famílias na região metropolitana (cerca de 28,0%).
Os alimentos consumidos em casa (5,58%) tiveram uma maior influência no IPCA-15 do ano, na RMS, do que a alimentação fora (2,48%). Os aumentos no fim do ano fizeram as carnes em geral (20,08%) terem um impacto relevante na prévia da inflação de 2019.
Apesar disso, a energia elétrica (11,96%) foi o item que mais puxou o IPCA-15 para cima, no ano de 2019, na Região Metropolitana de Salvador. Isso apesar do recuo no valor médio das contas de luz registrado em dezembro (-2,39%).
Ao lado do condomínio (7,30% no ano) e do aluguel (4,90%), a alta na energia fez o grupo habitação ter o terceiro maior aumento no acumulado no ano (4,68%) e ficar com a segunda maior contribuição para a alta do IPCA-15 de 2019, na RMS.
Os transportes (3,37%), puxados pelo aumento dos ônibus urbanos (8,09%), foram a terceira maior pressão inflacionária no ano, segundo o IPCA-15.
Em 2019, na Região Metropolitana de Salvador, apenas os grupos vestuário (-0,64%) e artigos de residência (-0,86%) tiveram queda média de preços. Foram puxados, no primeiro caso, por calçados e acessórios (-4,81%) e roupas femininas em geral (-4,1%); e, no segundo caso, por mobiliário (-3,52%) e aparelhos de TV, som e informática (-5,76%).
Apesar de os alimentos terem sido os que mais puxaram a alta do IPCA-15 em 2019, na RMS, itens de consumo importantes no dia-a-dia tiveram quedas e contribuíram para segurar a prévia da inflação do ano. Foi o caso, por exemplo, do tomate (-34,56%), da farinha de mandioca (-17,96%), do leite em pó (-7,96%) e do café moído (-9,87%).