A educação está em constante transformação, surgindo inovações para melhorar o nível de aprendizagem e desenvolver novas habilidades exigidas nas profissões do futuro. Nesse cenário, a Educação Maker ganha destaque, já que estudiosos avaliam que essa metodologia baseada na resolução de problemas e em projetos estimula a autonomia, pensamento crítico, facilidade de solucionar problemas, fluência tecnológica e sensibilidade para o design. Esse método não muda apenas a forma de aprender, mas também de ensinar, modificando o papel dos professores em sala de aula, deixando de ser o dono do saber e passando a conduzir o aluno no seu processo de conhecimento. Para ajudar nessa adaptação, o Grupo Educacional Acbeu lançou uma capacitação maker para educadores.
A primeira turma foi formada com apoio da Embaixada dos EUA no Brasil, que tem o intuito de propagar a cultura maker. O curso começa com uma abordagem socioemocional. Para isso, promove uma autoavaliação dos participantes. “A Educação Maker tem como princípio o estímulo às habilidades do século 21. E nós entendemos que, enquanto educadores maker, para que sejamos capazes de estimular estas habilidades nos alunos é preciso que estejamos bem alinhados em relação a elas. Por este motivo, começamos a capacitação permitindo que os educadores reflitam sobre si mesmos e essas habilidades”, explica Paula Cavalcanti, gestora de Educação Maker do Grupo Educacional Acbeu.
O curso também enfoca rotinas de pensamento, com base no estudo feito pelo centro de pesquisa Project Zero, de Harvard, em como tornar o pensamento visível, auxiliando os alunos a construírem um pensamento crítico e autônomo, além de noções de design thinking, ferramentas necessárias para o ambiente de aprendizagem maker, que é centrado no aluno. As interações, linguagem e rotinas dos educadores podem estimular uma postura mais crítica, analítica e investigativa nos alunos diante dos desafios educacionais. “No curso, os educadores aprendem como aplicar as rotinas de pensamento para estimular que os alunos visualizem seu processo criativo, organizando suas ideias e propondo transformações. Trabalhar o pensamento visível desperta nos estudantes a curiosidade para sair da superficialidade, interpretando problemas, criando, aprimorando ideias e experimentando soluções em busca dos resultados esperados”, complementa.
Além de trabalhar visando a solução de problemas, a Educação Maker estimula uma visão questionadora nos estudantes. Eles são incentivados a analisar as informações ou desafios que recebem, refletindo e questionando sobre suas realidades, avaliando o que pode ser aprimorado e como podem promover essa transformação. Desta forma, o aluno é protagonista de seu próprio aprendizado.
A capacitação é realizada no Makerspace Acbeu Bahia, na unidade Acbeu no Shopping Barra, espaço desenvolvido para estimular a Educação Maker. Para isso, a estrutura inclui equipamentos e materiais tecnológicos apropriados para a execução das atividades makers, como circuitos de programação, cozinha experimental, oficina de marcenaria e impressora 3D.
Após o curso, os educadores estão certificados para planejar e executar atividades makers. Uma nova edição da capacitação está prevista para março de 2020, contando com aulas presenciais, suporte online e prática supervisionada.