O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), que funciona como uma prévia da inflação oficial, em junho, desacelerou pelo segundo mês consecutivo na Região Metropolitana de Salvador (RMS), ficando em 0,03%. Foi o menor aumento dentre as 11 áreas investigadas pelo IBGE e ficou abaixo do índice nacional (0,06%). Foi também a menor prévia da inflação para um mês de junho desde o início da série regional do IPCA-15, em 2012 e o menor índice registrado neste ano na RM Salvador.
O IPCA-15 de junho foi mais elevado em Brasília (0,30%) e nas regiões metropolitanas de Fortaleza (0,28%) e São Paulo (0,16%). Cinco áreas tiveram deflação, com destaques para as variações negativas nas RM Porto Alegre (-0,21%) e Belém (-0,11%).
Com o resultado de junho, o IPCA-15 da RMS acumula alta de 2,62% no primeiro semestre do ano de 2019, ainda acima da média nacional (2,33%). Nos 12 meses encerrados em junho, o indicador está em 3,43%, desacelerando em relação ao acumulado até maio (4,51%). É o terceiro menor acumulado em 12 meses dentre as áreas investigadas, acima apenas de Brasília (3,29%) e da RM Curitiba (3,26%) e está também abaixo da média nacional (3,84%)
Alimentos e Habitação
Dos nove grupos de produtos e serviços que formam o IPCA-15, cinco tiveram altas em junho, na Região Metropolitana de Salvador. Os maiores aumentos ocorreram em Vestuário (0,99%) e Habitação (0,56%), que também exerceram as principais pressões de alta no mês.
Dentre os gastos com moradia, a energia elétrica residencial (1,38%) teve a maior contribuição para o IPCA-15, na RMS, seguida pelo gás de botijão (1,62%). No vestuário, os aumentos nas roupas femininas (1,96%) e infantis (1,88%) foram as principais pressões, mas as roupas masculinas também tiveram variação positiva (0,73%).
Considerando os itens individualmente, porém, as passagens aéreas (25,64%) foram a principal pressão inflacionária no IPCA-15 de junho, na RMS. Tiveram também o maior aumento dentre todos os produtos e serviços que compõem o índice.
Ao lado dos ônibus intermunicipais (2,07%), as passagens aéreas foram as principais responsáveis pela alta do grupo Transportes (0,22%) na prévia de junho.
Por outro lado, a significativa desaceleração do IPCA-15 no mês foi resultado, em grande parte, da deflação do grupo Alimentação e Bebidas (-0,69%). Ele teve variação negativa também no país como um todo (-0,62%) e em quase todas as áreas pesquisadas – subiu apenas na RM Fortaleza (0,09%).
Na RM Salvador, a retração dos alimentos foi puxada pela alimentação em casa (-1,19%), com fortes recuos nos preços médios de produtos como a cebola (-11,13%), a batata-inglesa (-22,85%) e o tomate (-16,28%). Este último teve a primeira deflação após três meses de grandes altas e exerceu a principal influência individual no sentido de conter a prévia da inflação de junho, na RMS.