O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medida oficial da inflação, ficou em 0,83% na Região Metropolitana de Salvador (RMS) em abril. O IPCA acelerou em relação a março (0,76%) e ficou também significativamente acima do índice de abril de 2018 (0,34%). Foi ainda o maior IPCA para um mês de abril, na RMS, desde 2002, quando havia ficado em 0,87%. Os dados são do IBGE.
O índice de abril na RM Salvador (0,83%) situou-se acima da média nacional (0,57%) e foi o terceiro mais alto dentre as 16 áreas pesquisadas, empatado com o da Região Metropolitana de Porto Alegre (0,83%).
O IPCA de abril na RM Salvador foi também o mais alto para o mês desde 2002, quando o índice havia sido de 0,87%
A inflação do mês ficou mais alta na RM Fortaleza/CE (0,91%) e no município de São Luís/MA (0,87%). Os índices mais baixos foram os da Região Metropolitana de Belo Horizonte/MG (0,42%), Grande Vitória/ES (0,32%) e do município de Rio Branco/AC (0,05%).
Com o resultado do mês, o IPCA na RM Salvador acumula alta de 2,16% de janeiro a abril de 2019. No país como um todo, o índice acumulado neste ano está em 2,09%. Já no acumulado nos 12 meses encerrados em abril, a inflação na RM Salvador chega a 5,26%, acelerando em relação aos 4,75% registrados nos 12 meses encerrados em março e ficando acima da média nacional nessa comparação (4,94%).
Despesas com alimentação e saúde/cuidados pessoais
Dentre os nove grupos de produtos e serviços que compõem o IPCA, sete apresentaram altas em março, na Região Metropolitana de Salvador. Os preços caíram, em média, apenas para o grupo Vestuário (-0,46%) e se mantiveram estáveis para Educação (0,00%).
A RMS teve o maior aumento do país para o grupo Alimentação e Bebidas (+1,56%). Como ele é o que mais pesa nas despesas médias das famílias, voltou a exercer a principal pressão inflacionária em abril, como já havia ocorrido em março. Já as despesas com Saúde e Cuidados Pessoais (+1,64%) tiveram o maior aumento e a segunda maior contribuição para o IPCA do mês.
A inflação da alimentação veio principalmente dos produtos consumidos em casa (+2,16%), embora a alimentação fora também tenha aumentado, ainda que com menos intensidade (+0,23%).
Itens como o tomate (+23,59%) e a farinha de mandioca (+4,89%) mantiveram-se em alta, embora reduzindo o ritmo de aumento em relação a março. Surgiram, porém, novas pressões, como o frango inteiro (+5,07%), a laranja-pera (+11,06%) e o leite em pó (+3,77%).
A boa notícia, entre os alimentos, ficou por conta do feijão-carioca, que teve deflação em abril (-8,24%), depois de aumentar seguidamente desde dezembro de 2018, e foi, individualmente, o item que mais contribuiu para segurar a inflação na RM Salvador.
Em abril, aumento dos ônibus urbanos na RMS (+7,30%) foi o maior do país e o que individualmente mais puxou a inflação para cima
Entre os gastos com saúde, a principal pressão de alta em abril veio dos produtos de higiene pessoal (+3,27%), com destaque, por exemplo, para os perfumes (+5,59%). Mas os medicamentos, com aumento de 2,13%, também tiveram contribuição importante para o IPCA do mês, na RMS, refletindo o reajuste anual, em vigor desde 31 de março.
Os gastos com Transportes (+0,77%) tiveram apenas a terceira maior contribuição para a inflação de abril na RM Salvador, mas o aumento dos ônibus urbanos (+7,30%) foi o maior do país no mês e representou, individualmente, a maior pressão de alta no IPCA da RMS – refletindo o reajuste das passagens, anunciado no fim de março.
Nesse grupo, a alta dos ônibus foi, de certa forma, compensada pelas reduções médias nos combustíveis (-0,81%), com quedas importantes na gasolina (-0,58%) e no etanol (-2,47%).