O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), que funciona como uma prévia da inflação do mês, ficou em 0,29% na Região Metropolitana de Salvador (RMS) em março. Apesar de ter acelerado em relação a fevereiro (quando havia ficado em 0,11%) e de ter sido o maior IPCA-15 para um mês de março, na RMS, desde 2015 (1,55%), foi a menor prévia da inflação dentre as 11 áreas pesquisadas, significativamente mais baixa que a média nacional (0,54%). Os dados são do IBGE.
As maiores prévias da inflação de março foram registradas nas regiões metropolitanas de Fortaleza/CE (0,92%) e Belém/PA (0,75%) e no município de Goiânia/GO (0,74%). Com o resultado de março, o IPCA-15 da RMS acumula alta de 1,20% no primeiro trimestre de 2019, ainda ligeiramente acima da média nacional (1,18%). Nos 12 meses encerrados em março, chega a 3,98%, abaixo do índice para o país como um todo (4,18%).
Aumentos nos alimentos e nos custos de moradia puxam inflação
Dos nove grupos de produtos e serviços que formam o IPCA-15, seis tiveram altas em março, na Região Metropolitana de Salvador. Com os maiores aumentos, Alimentação e bebidas (0,85%) e Habitação (0,49%) foram também, e nessa ordem, os grupos que mais contribuíram para o avanço da prévia da inflação no mês.
Dentre os gastos com alimentação, os que mais pressionaram o IPCA-15 para cima, na RMS, foram aqueles com os alimentos consumidos em casa. A alimentação no próprio domicílio aumentou 1,59%, puxada por itens importantes no dia a dia, como o feijão-carioca (40,71%), a batata-inglesa (27,16%) e o tomate (23,81%). O feijão-carioca, que exerceu a principal pressão inflacionária individual no índice em março, praticamente dobrou de preço médio nos três primeiros meses de 2019, com um aumento acumulado de 97,43% nesse período.
Já comer fora ficou um pouco mais barato e ajudou a conter o IPCA-15 da RMS. A alimentação fora do domicílio teve deflação na prévia de março (-0,73%), com influência de quedas nos preços médios das refeições (almoço ou jantar fora, -0,69%), dos lanches (-1,10%) e da cerveja (-0,71%), entre outros itens.
Os gastos com Habitação (0,49%) também foram importantes pressões de alta na prévia da inflação de março, na RM Salvador, mais uma vez em decorrência, sobretudo, da variação da energia elétrica (1,91%).
Dentre os grupos de produtos e serviços que ajudaram a conter o IPCA-15 de março, na RMS, os destaques foram para Vestuário (-0,72%) e Transportes (-0,10%).
Vestuário é o único grupo com deflação no acumulado em 2019 (-2,11%). O resultado de março teve influência forte do recuo nas roupas femininas (-1,53%). Já entre os gastos com transporte, foram decisivas as quedas nos preços dos automóveis novos (-2,14%) e usados (-1,12%), que conseguiram superar os aumentos importantes na gasolina (0,88%) e nas passagens aéreas (4,11%).