Com a primeira fase em processo de conclusão, o Cimatec Industrial já tem projetos inovadores em desenvolvimento. Um deles, a Planta Piloto de Extração de Metais Valiosos, em parceria com a empresa Nexa, recupera metais presentes em resíduos industriais de mineradoras. O centro tecnológico também aposta na pesquisa aplicada com grafeno, usado em diferentes aplicações tecnológicas para a indústria. Esta semana a instituição firma cooperação com a Universidade Nacional de Cingapura para trabalhos conjuntos a partir de uma das formas cristalinas do carbono, considerada “o material do futuro” por muitos pesquisadores.
“São projetos que estão sendo desenvolvidos no Senai Cimatec, mas já em processo de transferência para o Cimatec Industrial”, explica o diretor de Tecnologia e Inovação do Cimatec, Leone Andrade. O local será um robusto centro de pesquisa, desenvolvimento e inovação em ambiente industrial, com foco no escalonamento de produção, testes de grande porte, plantas piloto e desenvolvimento de protótipos em escala real, apoiando todo o processo de desenvolvimento tecnológico e inovação industrial.
A implantação do Cimatec industrial se dará ao longo de alguns anos, em ondas, com base na demanda industrial e nas tendências tecnológicas que apoiarão o desenvolvimento da Bahia e do Brasil. O centro de pesquisa contará com uma Fábrica de Plantas Pilotos. Algumas destas plantas já estão em negociação, a exemplo da que mede a verdadeira grandeza na produção de ferro gusa, forma impura do minério produzida num alto forno, que é fundida em blocos para serem convertidos mais tarde em ferro fundido, aço, etc.
Nas plantas é onde se realizam provas de conceito, testes em equipamentos e componentes de grande porte, análise de gaps tecnológicos, bem como a definição de rotas de pesquisa e desenvolvimento. E qual a importância de estruturas como estas para a indústria? “Uma Planta Piloto é um pequeno sistema de processamento químico ou físico, em escala reduzida. São operadas para gerar informações sobre o comportamento de um sistema para uso em projeto de instalações maiores, e que permitam determinar se a técnica e os processos envolvidos são economicamente viáveis”, explica Leone Andrade.
Linhas de atuação
Além de operar as plantas, o complexo será um espaço para a realização de ensaios e testes de sistemas e componentes de grande porte, por meio de laboratórios especializados e Incubação de empresas industriais, com a disponibilização de uma central de serviços industriais customizados, formando um verdadeiro “ecossistema de desenvolvimento tecnológico”, afirma Andrade.
É um projeto desenvolvido para expandir os limites da atual e já robusta infraestrutura do Senai Cimatec, em Salvador (no bairro de Piatã) e, já nesta primeira etapa, terá uma infraestrutura diferenciada no país para atender necessidades nas áreas de Energia Eólica, Mecânica, Naval e Offshore, Automotiva, Elétrica, Construção Civil, Química, Petroquímica e Biotecnologia, Farmacêutica, Celulose e Papel e Petróleo e Gás.
Estrutura
Trata-se de uma área de 4 milhões de metros quadrados no centro industrial de Camaçari, com laboratórios avançados, grandes usinas piloto, áreas de segurança para testes e operações de risco e até uma pista de teste do setor automotivo. A primeira fase do complexo é composta por 12 edificações, sendo dez galpões industriais de grande porte, um prédio administrativo e uma portaria principal. Essas construções estão atualmente recebendo as instalações necessárias à plena operação dos espaços. Os investimentos somam R$ 80 milhões.