O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medida oficial da inflação, voltou a acelerar na Região Metropolitana de Salvador, em setembro, depois de três meses de recuo, e ficou em 0,35%. Situou-se, assim, acima tanto da taxa de agosto deste ano (-0,27%) quanto do índice de setembro de 2017 (0,24%) e foi o maior IPCA para um mês de setembro na RMS desde 2014, quando o índice havia ficado em 0,99%. Os dados foram divulgados hoje pelo IBGE.
A inflação de setembro na RMS manteve-se, porém, mais baixa que a registrada no país como um todo (0,48%). No mês, o IPCA ficou mais alto em Brasília (1,06%), na Grande Vitória (0,88%) e no município de São Luís (0,72%). Por outro lado, os menores índices de inflação foram registrados na RM Belém (0,06%), em Aracaju (0,08%) e na RM Recife (0,15%).
Com a aceleração da inflação em setembro, o IPCA acumulado no ano, na RMS, subiu para 3,30% (havia ficado em 2,94% em agosto), situando-se um pouco abaixo da média nacional (3,34%). Nos 12 meses encerrados em setembro, o IPCA também acelerou em Salvador, para 3,60% – frente aos 3,48% dos 12 meses encerrados em agosto. Entretanto, também se mantém menor que o do país como um todo (4,53%).
A tabela a seguir mostra o IPCA para Brasil e áreas pesquisadas, no mês, acumulados no ano e nos 12 meses encerrados em setembro.
Transportes e alimentação e bebidas têm fortes acelerações
Em setembro, a inflação medida pelo IPCA na Região Metropolitana de Salvador (0,35%) foi fruto do aumento médio nos preços de sete dos nove grupos de produtos e serviços que compõem o índice. Apenas o grupo Comunicação (-0,19%) teve variação negativa, enquanto Educação ficou estável (0,00%).
Além disso, dos sete grupos em alta, quatro tiveram aceleração em relação a agosto, ou seja, seus preços aumentaram mais em setembro do haviam aumentado no mês anterior.
Os destaques nesse sentido foram as despesas com Transportes, que passaram de uma deflação de -0,91% em agosto para um aumento de 1,04% em setembro, e com Alimentação e Bebidas, que também tinham tido queda média em agosto (-1,01%) e subiram 0,16% em setembro.
Além de terem tido as maiores acelerações no IPCA entre agosto e setembro, as despesas com transporte e alimentação são as que mais pesam nos orçamentos das famílias na RM Salvador, e por isso, foram elas que puxaram a inflação para cima em setembro.
A gasolina (+2,28%) foi a principal pressão inflacionária individual do mês. Teve sua terceira alta consecutiva e já acumula, em 2018, aumento de 18,89% no IPCA – uma taxa que é quase seis vezes a inflação média do ano na RMS (3,30%).
Entre as despesas com transportes, pressões de alta importantes também vieram das passagens aéreas (10,8%), do conserto de automóvel (1,62%) e do óleo diesel (8,73%). O segundo item que, individualmente, mais contribuiu para a alta da inflação da Região Metropolitana em setembro foi a refeição fora de casa (+1,53%). Ela vem com aumentos seguidos, mês a mês, ao longo de todo o ano de 2018 e já acumula, até setembro, uma variação de 6,59%.
Dentre os alimentos, que voltaram a aumentar em setembro depois de duas deflações seguidas, também destacaram-se as altas das frutas (4,26%), da carne-seca e do sol (4,64%) e dos cereais, leguminosas e oleaginosas (2,86%), entre outros itens.
Por outro lado, alguns produtos também importantes na alimentação cotidiana dos moradores da RMS tiveram deflação, como a farinha de mandioca (-12,58%), que exerceu a principal contribuição individual para baixo no IPCA de setembro; a cebola (-16,57%); e a batata-inglesa (-12,17%).
Ainda entre os produtos e serviços em queda em setembro, a energia elétrica (-0,95%) foi um dos destaques, com a primeira deflação após cinco meses seguidos de alta. Ainda assim, se manteve com o maior aumento no IPCA acumulado no ano de 2018, na Região Metropolitana de Salvador (24,52%) e o segundo maior do país nessa comparação, abaixo apenas do verificado na RM Porto Alegre (26,14%).