Em agosto, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medida oficial da inflação do país, ficou em -0,27% na Região Metropolitana de Salvador (RMS), abaixo tanto da taxa de julho deste ano (0,24%) quanto do índice de agosto de 2017 (-0,06%), e uma deflação mais intensa que a registrada no país como um todo (-0,09%). Foi o menor IPCA para um mês de agosto na RMS em 20 anos, desde 1998, quando o índice havia sido de -0,67%.
Com essa terceira desaceleração seguida da inflação na RMS, o IPCA acumulado no ano está em 2,94% (havia sido de 3,22% em julho), ainda superior à média nacional (2,85%), mas reduzindo a distância em relação a ela. Mesmo com a redução no ritmo de aumento, a inflação acumulada em 2018 na RMS se mantém num patamar bem acima do acumulado no mesmo período em 2017 (1,15%). Os dados foram divulgados hoje pelo IBGE.
Nos 12 meses encerrados em agosto, o IPCA chegou a 3,48%, em Salvador, desacelerando em relação ao registrado nos 12 meses encerrados em julho (3,71%) e menor também que a média nacional (4,19%).
A tabela a seguir mostra o IPCA para Brasil e áreas pesquisadas, no mês, acumulados no ano e nos 12 meses encerrados em agosto.
Alimentação, bebidas e transportes
Em agosto, a deflação (-0,27%) medida pelo IPCA na Região Metropolitana de Salvador foi fruto da queda média nos preços de apenas dois dos nove grupos de produtos e serviços que compõem o índice: Alimentação e bebidas (-1,01%) e Transportes (-0,91%).
São os grupos de maior peso na formação do IPCA, representando, juntos, quase metade (46,5%) das despesas médias das famílias da RMS. A deflação dos alimentos (-1,01%) foi a mais intensa para um mês de agosto desde 2010 (quando a variação havia sido de -1,09%). Teve forte influência da alimentação no próprio domicílio (-1,38%), puxada por itens como farinha de mandioca (-8,48%), cebola (-36,81%), banana-prata (-13,98%) e carne-seca e de sol (-4,84%).
Já a variação negativa dos transportes (-0,91%) foi resultado em grande parte das reduções nas passagens aéreas (-29,98%) e nos automóveis novos (-2,77%).
Em ambos os grupos, apesar de o IPCA ter sido negativo, houve aumentos em itens importantes. Entre os alimentos, o leite em pó (5,41%), o leite longa vida (3,22%) e o arroz (4,36%) foram alguns dos produtos que exerceram pressão de alta na inflação de agosto. Já entre as despesas com transportes, a gasolina (0,91%) continuou subindo e já acumula no ano de 2018 aumento de 16,23%: o terceiro maior considerando-se os itens individualmente.
Artigos de residência e vestuário
Dentre os setes grupos com altas no IPCA de agosto, na RM Salvador, as principais pressões inflacionárias vieram dos Artigos de residência (1,50%) e de Vestuário (0,92%).
No primeiro caso, houve aumentos importantes tanto em móveis e utensílios (1,57%) quanto em aparelhos eletroeletrônicos (1,51%). No vestuário, a contribuição maior veio das roupas femininas, que tiveram aumento de 2,60%.
A energia elétrica também continuou a pressionar a inflação da RM Salvador para cima em agosto, com um aumento de 0,87%. Na região metropolitana, a energia tem a maior inflação acumulada no ano, dentre todos os itens considerados pelo IPCA: 25,71%. É também o maior acumulado no ano no país para esse item.