Em julho, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medida oficial da inflação, ficou em 0,24% na Região Metropolitana de Salvador (RMS) , abaixo da taxa de junho (0,86%) e da média nacional (0,33%); mostrando-se menor também que o índice de julho de 2017 (0,35%). Mesmo apresentando a segunda desaceleração seguida em julho, a inflação no ano de 2018, na RMS, se manteve em alta, indo a 3,22% (estava em 2,97% em junho), acima da média nacional (2,94%). Continua também num patamar bem mais alto que o acumulado no mesmo período em 2017 (1,66%). Os dados foram divulgados hoje pelo IBGE.
Nos 12 meses encerrados em julho, o IPCA chegou a 3,71%, em Salvador, um pouco abaixo do registrado nos 12 meses encerrados em junho (3,82%) e menor também que a média nacional (4,48%).
A tabela a seguir mostra o IPCA para Brasil e áreas pesquisadas, no mês, acumulados no ano e nos 12 meses encerrados em julho.
Despesas com Transportes e Habitação foram as que mais puxaram o IPCA
Em julho, seis dos nove grupos de produtos e serviços que compõem o IPCA tiveram aumento, na Região Metropolitana de Salvador, liderados, em termos de magnitude da taxa, por Habitação (1,27%) e Transportes (1,08%).
Por conta do seu maior peso nos orçamentos das famílias, porém, os gastos com Transportes foram os que mais pressionaram a inflação de julho para cima, com forte influência das passagens aéreas (36,76%), item que, individualmente, mais contribuiu para a alta do IPCA de julho da RMS. Também foram impactos importantes no mês os aumentos da gasolina (1,88%) e dos ônibus interestaduais (10,21%).
Entre as despesas com Habitação, a energia elétrica (1,81%) foi a principal pressão de alta. Em seguida, vieram a taxa de água e esgoto (1,75%), que incorporou em julho o restante do aumento ocorrido em 12 de junho, e o gás de botijão (2,03%), que teve reajuste de 4,38% nas refinarias, para o botijão de 13 kg, autorizado pela Petrobras em 5 de julho.
Tanto a energia quanto o botijão de gás têm sido importantes pressões inflacionárias em 2018, para os moradores da RMS. Foi o quarto aumento consecutivo da energia e o quinto do gás, que, no ano, já acumulam altas de, respectivamente, 24,63% e 6,88%, ambas muito acima da inflação média (3,22%)
Alimentação e Bebidas tem deflação e ajuda a segurar índice
Depois de três altas seguidas e de terem exercido a maior pressão para cima na inflação de junho, os alimentos tiveram deflação em julho (-0,78%) e foram a principal influência no sentido de conter o IPCA do mês, na RMS.
Houve reduções, em média, tanto na alimentação fora (-0,08%) quanto na alimentação em casa (-1,1%) e, dos cinco itens que mais contribuíram para segurar o IPCA de julho, quatro foram alimentos: cebola (-31,15%), tomate (-23,69%), batata-inglesa (-29,77%) e laranja-pera (-12,40%).
A deflação dos alimentos em julho refletiu, além do aumento da oferta, o realinhamento de preços após as altas decorrentes da paralisação dos caminhoneiros, no final de maio.
Ainda assim, apesar da variação média negativa do grupo Alimentação e Bebidas no mês, alguns itens também importantes no consumo diário tiveram aumentos significativos, como o leite longa vida (15,03%), o pão francês (1,40%) e o açúcar cristal (2,81%), entre outros.