Entre os anos de 2014 e 2015, Salvador subiu uma posição no ranking nacional e passou de 10º a 9º maior PIB municipal do país. Em 2014, a economia soteropolitana somava, em valores correntes daquele ano, R$ 56,5 bilhões, passando a R$ 57,9 bilhões no ano seguinte e superando Campos de Goytacazes (RJ).
Em 2015, agregando-se o PIB de apenas 9 municípios baianos (2,2% dos 417), chegava-se à metade (50,21%) do PIB do estado como um todo, estimado em R$ 245,024 bilhões naquele ano.
No outro extremo, com 50 municípios (cerca de 12% do total) se chegava a cerca de 1% do PIB do estado (1,08%). Esses indicadores mostram a grande concentração da economia baiana, embora num patamar abaixo da brasileira. No país como um todo, em 2015, chegava-se à metade do PIB somando-se a riqueza gerada em apenas 64 municípios (1,1% os 5.570), enquanto era preciso agregar 1.353 municípios (24,3%) para alcançar 1% do PIB.
Além de ser concentrado, não houve, entre 2010 e 2015, alteração significativa na distribuição do PIB da Bahia pelos municípios do estado. Em todo os anos desta série, Salvador aparece como a maior economia, sempre bem afastada do segundo município, Camaçari (com PIB estimado em R$ 20,4 bilhões em 2015) e de Feira de Santana, que, com um PIB de cerca de R$ 12 bilhões em 2015, ocupa a terceira posição em todos os anos da série.
No outro extremo, três municípios se revezam entre os menores PIB do estado: Ibiquera (com o menor PIB da Bahia em 2015, R$ 26,9 milhões), Dom Macedo Costa (com PIB de R$ 29,4 milhões em 2015) e Lafaiete Coutinho (R$ 34,5 milhões).
O PIB dos Municípios é elaborado pelo IBGE em parceria com os órgãos estaduais de estatística (na Bahia, a Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia – SEI), as secretarias estaduais de governo e a Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa).
Salvador teve maior perda de participação no PIB baiano
Mesmo ainda sendo responsável por pouco mais de 1/5 da economia do estado, Salvador foi o município que mais perdeu participação no PIB baiano, passando de 26,4% em 2010 para 25,3% em 2014 e 23,6% em 2015.
Além da capital, perdem participação no PIB do estado, entre 2014 e 2015, os municípios de Feira de Santana (de 5,24% para 4,88%) e Lauro de Freitas (de 2,65% para 2,31%).
Tanto a capital quanto esses dois outros grandes municípios têm a maior parte da riqueza gerada pelas atividades de serviços. Comparando-se 2010 com 2015, quem mais ganhou peso no PIB da Bahia foram os municípios com forte presença dos serviços e da agricultura: Luís Eduardo Magalhães, de 1,23% em 2010 para 1,78% em 2015; São Desidério, de 0,62% para 1,11%; e Barreiras, de 1,24% para 1,52%.
Em relação a 2014, os maiores ganhos ocorreram nos municípios onde a indústria de transformação, sobretudo aquela ligada ao refino de petróleo, é relevante: São Francisco do Conde (de 1,29% para 3,53%), Camaçari (de 7,86% para 8,32%) e Mucuri (de 0,61% para 0,81%, nesse caso, indústria de celulose).
Administração pública é atividade mais importante na economia
As atividades ligadas à administração, defesa, educação e saúde públicas e seguridade social são as mais importantes em 309 dos 417 municípios baianos, ou seja, são as principais geradoras de riqueza para 74,1% das cidades do estado.
Além disso, na Bahia, em 2015, 70,5% dos municípios tinham pelo menos 1/3 da economia dependente da administração pública. Embora esse percentual tenha caído um pouco em relação a 2014, quando era de 72,4%, ainda é bastante superior à média nacional (45,1% dos 5.570 municípios) e o 15º mais alto entre os estados.
Uma maior dependência da administração pública reflete menor dinamismo da economia municipal; a grande maioria das cidades nessa situação estão nas regiões Norte e Nordeste do país.
Depois da administração pública, as atividades dos “demais serviços” (serviços, excluindo comércio e administração pública) eram as responsáveis pelo maior valor adicionado à economia de 67 municípios (16,1% do total). Seguiam-se as atividades ligadas à agricultura inclusive apoio à agricultura e a pós colheita, que apresentavam a maior contribuição ao PIB de 19 municípios baianos (4,6%); e a indústria de transformação, com o maior valor adicionado ao PIB de 8 municípios da Bahia.
Três municípios baianos estão entre os 100 maiores PIB per capita do país
Em 2015, o PIB per capita brasileiro (valor do PIB dividido pela população estimada no ano) foi de R$ 29.323, e o baiano ficou em R$ 16.115. Dentre os municípios brasileiros, o maior PIB per capita estava em Presidente Kennedy (ES): R$ 513.134. A Bahia tinha três cidades entre os 100 maiores PIB per capita do país: São Francisco do Conde, em 8º lugar, com R$ 219.845; São Desidério, em 71º lugar, com R$ 83.234; e Camaçari, em 93º lugar, com R$ 71.012.
Esses municípios têm os PIB per capita mais elevados do estado, seguidos por Cairu (R$ 67.787) e Formosa do Rio Preto (R$ 63.256). O PIB per capita de Salvador (R$ 19.812) era apenas o 28º do estado e o menor entre as capitais brasileiras, lideradas, nesse ranking, por Brasília (R$ 73.971), Vitória (R$ 64.744) e São Paulo (R$ 54.357).
É relevante salientar que nem todo PIB gerado no município é apropriado por sua população residente, uma vez que a geração do PIB e a renda disponível para consumo não são necessariamente iguais.