Em 2016, um em cada cinco baianos (21,7% da população ou 3,3 milhões de pessoas) vivia com rendimento domiciliar per capita até 1/4 do salário mínimo – o que equivalia a R$ 220 naquele ano. Perto da metade da população do estado (47,3% ou cerca de 7,2 milhões de pessoas) tinha rendimento domiciliar per capita até 1/2 salário mínimo (ou R$ 440 em valores de 2016). Os dados foram divulgados hoje pelo IBGE.
Eram proporções muito acima da média nacional (10,8% até 1/4 do salário mínimo e 29,9% até 1/2 salário mínimo) e entre as maiores do país. Por outro lado, menos de 5% dos baianos (4,1% ou 625 mil pessoas) tinham rendimento domiciliar per capita maior que 3 salários mínimos (acima de R$ 2.643 naquele ano) – menos da metade da média nacional (9,3%).
Adotando-se o padrão do Banco Mundial para linha de pobreza monetária em países como os da América Latina, de 5,5 dólares por dia em paridade de poder de compra (PPC), chegava-se, para a Bahia, a um valor limite de R$ 383 para o rendimento domiciliar per capita, abaixo do qual as pessoas seriam consideradas pobres. No estado, em 2016, 4 em cada 10 pessoas (42,5%) viviam abaixo dessa linha.
Era o oitavo maior percentual de pessoas abaixo da linha de pobreza entre os estados brasileiros, bem acima da média nacional (25,4%) e quase cinco vezes o valor encontrado em Santa Catarina (9,4%), onde estava o menor percentual.
Bens e serviços
O fato de parte expressiva da população baiana não ter ou ter pouco acesso a recursos monetários, que permitem aceder a bens e serviços oferecidos para a compra, se reflete, por exemplo, na proporção de pessoas morando em residências com algum tipo de condição inadequada.
Na Bahia, pouco mais de 1 em cada 10 pessoas (11,4%) residia em domicílios com aos menos uma condição inadequada de moradia, sendo o adensamento excessivo (quando há mais de 3 moradores por dormitório) e a ausência de sanitário ou banheiro de uso exclusivo do domicílio os mais frequentes (realidade para 4,7% e 3,6% dos baianos, respectivamente).
No estado, em 2016, quase metade da população (47,1% dos baianos, ou 7,2 milhões de pessoas) vivia em domicílios sem acesso simultâneo aos três serviços de saneamento básico (abastecimento de água por rede geral, coleta direta ou indireta de lixo e esgotamento sanitário por rede coletora ou pluvial), proporção maior que a média nacional (37,9%).