Em outubro, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) ficou em 0,64% na Região Metropolitana de Salvador (RMS), bem acima da variação negativa de setembro (-0,19%) e também do 0,30% registrado em outubro de 2016. Foi a maior prévia da inflação para um mês de outubro em Salvador desde 2012 (0,76%). Os dados foram divulgados hoje pelo IBGE.
O IPCA-15 da RMS em outubro foi quase o dobro da média do país (0,34%) e a segunda maior prévia da inflação dentre as 11 regiões pesquisadas, abaixo apenas de Curitiba (0,66%). As regiões metropolitanas de Recife (-0,07%) e Rio de Janeiro (-0,08%) tiveram variações negativas nos preços.
Com o resultado de outubro, no acumulado em 12 meses, o IPCA-15 da Região Metropolitana de Salvador acumula alta de 2,76%, acelerando em relação aos 12 meses encerrados em setembro (2,41%) e ficando acima da média nacional (2,71%). No ano de 2017, o índice ficou em 2,47%, também acelerando frente a setembro (1,82%) e se distanciando, para cima, da média (2,25%). Ainda assim, no acumulado de janeiro a outubro de 2017, o IPCA-15 da RM Salvador (2,47%) é menos da metade do acumulado no mesmo período de 2016 (6,54%) e o menor da série histórica disponível do IPCA-15, iniciada em 2000.
Aumentos nos custos de transportes e habitação
Dos nove grupos de produtos e serviços que formam o IPCA-15, sete tiveram aumento de preços em outubro, na Região Metropolitana de Salvador. A alta na prévia da inflação na RMS foi puxada pelos preços dos Transportes, que tiveram alta de 1,40% em outubro. O aumento foi fortemente influenciado pelos combustíveis (3,31%), sobretudo a gasolina (3,97%) – que, individualmente, exerceu a principal pressão para cima no IPCA-15 do mês.
Também teve influência importante na alta dos Transportes o aumento de 1,20% nos preços dos veículos (novos ou usados). Os custos com Habitação tiveram o maior aumento na prévia da inflação do mês (1,57%) e exerceram a segunda principal pressão de alta no IPCA-15 da RMS, e outubro. Foram puxados, sobretudo, pelo gás de botijão (6,32%) e pela energia elétrica (3,77%).
O aumento dos preços médios do grupo Saúde e Cuidados Pessoais (0,77%) foi a terceira principal pressão de alta no IPCA-15 de outubro na RMS puxado pelas despesas com cuidados pessoais (2,36%), entre as quais se destaca o aumento dos perfumes (5,71%).
Alimentação e bebidas contribui para segurar o IPCA-15
Em outubro, os alimentos e bebidas, que têm o maior peso nas despesas das famílias (28,50%), registraram uma leve deflação (-0,09%) e foram a principal influência no sentido de conter o IPCA-15 do mês, na RM Salvador.
A queda foi fortemente influenciada pelo recuo na alimentação no domicílio (-0,21%), com reduções de preços em itens de consumo importantes no dia a dia das famílias, como o feijão carioca (-11,51%), individualmente o que mais puxou a prévia da inflação para baixo. Outros alimentos em forte queda de preços foram alho (-20,78%), tomate (-13,31%), feijão mulatinho (-20,12%) e banana-prata (-6,93%).
Ainda assim, alguns produtos, como pão francês (4,62%), registraram aumento, e a alimentação fora de casa (0,19%) seguem em alta.