O volume do setor de serviços na Bahia voltou a cair 3,5% em julho, frente a junho, na série com ajuste sazonal, após ter crescido 1,4% de maio para junho. O setor tem quedas seguidas nesse tipo de comparação desde fevereiro (-6,0% de janeiro para fevereiro, -1,3% de fevereiro para março, -2,3% de março para abril e -0,3% de abril para maio). Os dados foram divulgados hoje pelo IBGE.
Nessa comparação, o resultado negativo dos serviços baianos em julho foi bem pior que a média nacional (-0,8%) e seguiu o movimento de recuo verificado em 15 dos 27 estados. De junho para julho, o volume dos serviços cresceu mais em Rondônia (2,0%), Amazonas (0,8%) e Mato Grosso do Sul (0,8%). Por outro lado, os piores resultados estaduais para o setor vieram de Tocantins (-5,3%), Espírito Santo (-6,0%) e Mato Grosso (-7,0%). A queda da Bahia (-3,5%) foi a quinta mais intensa entre os estados.
Com o resultado negativo de julho, o volume de serviços na Bahia aprofunda o ritmo de queda em todas as demais comparações, mantendo-se pior que a média nacional. No confronto com julho de 2016, o volume dos serviços no estado caiu 8,3%, perda maior que a verificada em junho (-7,7%) e bem mais intensa que a média nacional (-3,2%).
No acumulado de janeiro a julho de 2017, os serviços na Bahia acumulam recuo de 6,5%, também com pequena aceleração do ritmo de queda em relação ao resultado do primeiro semestre (-6,2%) e maior que a média do país (-4,0%).
No acumulado em 12 meses, o setor no estado cai 7,5%, praticamente repetindo o resultado dos 12 meses encerrados em junho (-7,4%), frente a uma queda média de 4,6% no país. Nessa comparação, o setor vem em retração há quase dois anos, desde setembro de 2015 (-0,1%).
Nas comparações com 2016, os resultados dos serviços também se mantêm negativos para a grande maioria dos estados. Frente a julho do ano passado, só 3 dos 27 apresentam resultados positivos: Paraná (7,1%), Amazonas (5,6%) e Mato Grosso (5,3%). Da mesma forma, só três estados apresentam serviços em alta no acumulado no ano de 2017: Mato Grosso (4,2%), Paraná (4,0%) e Rio Grande do Norte (0,3%). Já nos 12 meses encerrados em julho, todos os 27 estados seguem em queda desde janeiro deste ano.
Transporte impede queda ainda maior do setor em julho
Frente ao mesmo mês do ano passado, em julho de 2017 (-8,3%), apenas uma das cinco atividades de serviços pesquisadas teve resultados positivos na Bahia: Transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (6,9%). Apesar do recuo disseminado entre as atividades, em julho, os Serviços profissionais, administrativos e complementares (-28,1%), que vêm caindo a dois dígitos desde março deste ano, continuaram exercendo a principal influência negativa sobre o desempenho do setor de serviços baiano. No ano de 2017, essa atividade já acumula queda de 16,5%.
Os serviços profissionais têm peso importante e respondem por pouco mais de 1/5 (22,5%) da estrutura dos serviços no estado. Trata-se de um grupo diversificado, com grande peso das atividades direcionadas às empresas (ligadas às áreas jurídica, contábil, de segurança, assessorias e consultorias em diversos campos), mas que também atendem as famílias (agências de viagem, empresas jornalísticas, entre outras).
Outro destaque negativo em julho foi o recuo dos Serviços de informação e comunicação (-9,1%), que também têm peso significativo no setor de serviços na Bahia e aprofundaram o ritmo de queda em relação a junho (-6,5%).
O desempenho dos serviços baianos só não foi pior em julho por conta do crescimento do volume da atividade de Transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (6,9%), que tem o maior peso na estrutura dos serviços no estado, representando pouco mais de 1/3 do setor (35,6%).
Serviços ligados ao turismo seguem positivos no ano
De junho para julho, na Bahia, as atividades de serviços ligadas ao turismo também voltaram a recuar (-2,0%), após terem apresentado crescimento (2,6%) de maio para junho, na comparação com ajuste sazonal (que desconsidera eventos como as festas juninas, por exemplo).
Frente a junho, a queda do turismo na Bahia (-2,0%) foi a quarta mais intensa e ficou próxima à média nacional (-2,1%). Nessa comparação, os destaques positivos vieram de Goiás (4,2%), Ceará (3,8%) e Santa Catarina (3,3%), enquanto as retrações mais intensas ocorreram no Distrito Federal (-3,6%), Espírito Santo (-3,5%), Rio de Janeiro (-3,1%).
Já no confronto com julho de 2016, o volume das atividades de turismo na Bahia teve uma leve variação positiva (0,1%), a menor dentre os seis estados com crescimento.
Na média nacional, o turismo teve recuo de 5,0% nessa comparação, influenciado pelas fortes quedas registradas no Rio de Janeiro e Distrito Federal (-22,2% em cada um). Os melhores desempenhos das atividades turísticas vieram de Goiás (13,8%) e Pernambuco (12,2%).
No acumulado no ano de 2017, o volume das atividades de turismo na Bahia ainda cresce 2,0%, resultado bem melhor que a média nacional (-6,2%). Já nos 12 meses encerrados em julho, os serviços ligados ao turismo ainda se mantêm em queda no estado (-2,6%), mas em trajetória de desaceleração da retração desde outubro de 2016 (-8,5%).