Má situação financeira, endividamento, aumento da inflação e instabilidade econômica. A conjuntura atual fez com que essas sejam as principais justificativas para quem pretende gastar menos com os presentes de Dia das Crianças de 2016, se comparado ao ano passado. Uma sondagem feita pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), em todas as capitais, mostra que aproximadamente 57,8% esperam gastar menos ou o mesmo valor com os presentes em relação a 2015. Mesmo entre os 28% que têm a intenção de gastar mais, a principal razão para isso é o aumento dos preços dos produtos (31,2%).
Neste ano, a maior parte dos entrevistados (28,2%) irá gastar entre R$ 101 e R$ 300, sendo que o valor médio total gasto com os presentes será de R$ 221,61 – 32,6% ainda não decidiram quanto irão gastar no Dia das Crianças. A maioria dos brasileiros (44,3%) pretende comprar três ou mais presentes para a data comemorativa. Em relação à forma de pagamento, os consumidores mostraram preferência pelo pagamento em dinheiro (44,6%), em especial os mais jovens (57,1%), as mulheres (53,1%) e os consumidores das classes C/D/E (50,8%). Cerca de 37% pagarão no cartão de crédito, seja à vista ou parcelado e, para as compras realizadas a prazo, serão feitas quatro parcelas, em média.
Segundo o presidente da CNDL, Honório Pinheiro, os resultados de vendas de todas as datas comemorativas de 2016 refletem o cenário econômico recessivo que o Brasil atravessa e seus impactos no poder de compra dos consumidores. “A sondagem referente ao Dia das Crianças dá ao varejo um direcionamento do que podemos esperar para o Natal, data comemorativa mais importante do comércio”, explica Pinheiro. “Tal apuração torna-se ainda mais importante diante do atual contexto econômico, em que persistem incertezas tanto por parte dos consumidores quanto dos empresários.”
De acordo com o levantamento, 29,3% dos consumidores dizem que a situação financeira continua a mesma em relação ao ano passado, 30,5% acreditam que a situação melhorou e para 39,8% ela piorou, devido à queda da renda, desemprego ou dívidas. “Com base neste contexto, espera-se para o ano de 2016 que o resultado do Dia das Crianças seja um pouco melhor do que em 2015, ano em que a crise econômica atingia seu auge. Apesar disso, o panorama não é de todo animador, refletindo o cenário de recuperação ainda incerta da economia, que leva o consumidor a manter alguma cautela frente a seus gastos”, analisa o presidente.