O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medida oficial da inflação no país, ficou em –0,22% na Região Metropolitana de Salvador, em abril. Foi o menor resultado dentre as regiões pesquisadas pelo IBGE, ficando abaixo das variações de março (0,04%) e de abril de 2016 (0,62%).
Em abril, a inflação na Região Metropolitana ficou bem abaixo da média nacional (0,14%) e, dentre as regiões pesquisadas, Salvador (-0,22%) teve a menor variação no IPCA. Ao todo, quatro regiões registraram variações negativas nos preços; por outro lado, o maior IPCA de abril foi verificado no Distrito Federal (0,54%). No acumulado em 2017, o IPCA para a Região Metropolitana de Salvador está em 1,06%, bem abaixo do acumulado no mesmo período de 2016 (3,62%) e passando a ficar um pouco abaixo da média para o Brasil (1,10%).
Nos 12 meses encerrados em abril, o IPCA na Região Metropolitana de Salvador acumula aumento de 4,08%, abaixo dos 4,96% registrados nos 12 meses anteriores, encerrados em março, e exatamente igual à média nacional nesta comparação (4,08%).
Energia elétrica e gasolina foram os que mais contribuíram para deflação
Dentre os nove grupos de produtos e serviços que compõem o IPCA, seis apresentaram deflação em abril, na Região Metropolitana de Salvador.Habitação (-1,15%) teve o maior recuo, seguido por Transportes (-0,82%). Foram também, nesta ordem, os grupos que mais puxaram a inflação para baixo.
Em Habitação, a energia elétrica residencial exerceu a principal influência. Com variação negativa de –10,78% foi, individualmente, o item que mais contribui para a deflação de abril, na RM Salvador. Dentre as regiões pesquisadas, Salvador teve a segunda queda mais intensa de preços para este item, depois da verificada em Campo Grande (-13,21%).
Além da energia elétrica, a gasolina, que teve redução de –4,29%, também teve contribuição decisiva para o IPCA de abril na RM Salvador. Ambos são produtos de grande peso no orçamento das famílias.
As influências para baixo na inflação da RM Salvador seguiram as quedas verificadas no país como um todo. No caso da energia elétrica, a deflação foi influenciada por descontos aplicados sobre as contas, por decisão da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), e de modo a compensar os consumidores pela cobrança indevida, em 2016, do chamado Encargo de Energia de Reserva (EER) destinado a remunerar a usina de Angra III.
Alimentação e saúde foram principais pressões de alta na inflação
A deflação na RM Salvador só não foi maior em abril porque houve aumentos nos preços dos grupos Alimentação e Bebidas (0,23%) – que tem o maior peso nas despesas das famílias, Saúde e Cuidados Pessoais (0,72%) e Comunicação (0,29%). Os dois primeiros, por sua importância nos orçamentos familiares, exerceram as principais pressões de alta no IPCA do mês.
Dentre os alimentos, destacam-se os aumentos de produtos importantes no consumo cotidiano, como tomate (27,23%), pão francês (3,89%) e batata-inglesa (14,42%). Individualmente o tomate foi o segundo produto que mais puxou a inflação de abri, para cima na RM Salvador, atrás apenas do gás de botijão, que aumentou 4,58% no mês, e tem um peso maior na estrutura de despesas das famílias.