As exportações baianas somaram em novembro US$ 502,7 milhões, o que representa uma queda de 12,2% em relação ao mesmo mês do ano passado e de 14,6% ante outubro deste ano. As importações totalizaram US$ 338,3 milhões, com um recuo de 48,7% ante novembro de 2015 e queda de 25,8% ante outubro. As informações foram analisadas pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), autarquia da Secretaria do Planejamento (Seplan).
No acumulado do ano, tanto as exportações quanto as importações do Estado registraram queda na comparação com os 11 primeiros meses de 2015. As vendas externas, que ficaram em US$ 6,28 bilhões, caíram 13,5% no período. As comparas recuaram 25,1% e ficaram em US$ 5,80 bilhões. A expectativa é que as exportações do estado fechem o ano em torno dos US$ 6,8 bilhões, no mesmo nível de 2006, quando alcançaram US$ 6,77 bilhões.
A contínua redução de preços dos seus principais produtos de exportação, a valorização do dólar em 14,2% até novembro, que minou a competitividade nas vendas de produtos industrializados, e a redução dos embarques de produtos agrícolas, cuja produção foi fortemente afetada pela seca, com queda de 35%, foram os principais fatores que derrubaram as vendas ao exterior.
O quadro ainda foi agravado pela demanda internacional, que segue fraca, resultado da desaceleração econômica sincronizada vivida pelas economias avançadas e emergentes. Esse cenário, que se intensificou neste ano, provocou queda de preços, elevação de estoques, aumento da concorrência e redução dos fluxos de comércio que têm caído a níveis normalmente associados à recessão global.
As exportações baianas tiveram queda expressiva nas vendas de produtos básicos em 31,5%, principalmente do agronegócio baiano. As vendas do setor continuam a definhar na esteira da seca que reduziu a produção agrícola no estado atingindo quase 200 municípios. Só o “complexo soja” (que inclui grão, farelo e óleo), que geralmente lidera o ranking das exportações de produtos agrícolas na Bahia, teve queda de 42% no ano.
Dentre os poucos setores que apresentaram desempenho positivo, merece destaque o setor automotivo, que registrou crescimento de 16,4% nas vendas, resultado da intensificação dos embarques a clientes tradicionais, como a Argentina, além de outros mercados da América Latina como Colômbia, Chile e Uruguai, o que permitiu escoar parte da produção não absorvida pela demanda doméstica.
Importações
A oitava redução das importações estaduais em 11 meses, evidenciou a contínua queda da renda, da atividade econômica e da produção na indústria que já recuou 5% no ano.
A retração das importações no ano é encabeçada pelos combustíveis com redução de 27% e pelos bens intermediários que ficaram 24,7% menores em relação a igual período de 2015, reflexo da baixa taxa de crescimento da economia e a queda da demanda.
O único fato positivo em relação ao desempenho das importações são as compras de bens de capital (máquinas e equipamentos) que apresentaram crescimento pelo sétimo mês consecutivo, indicando que a crise não arrefeceu investimentos privados no estado, principalmente na área de energia eólica e infraestrutura. A categoria teve crescimento de 12% no mês, embora, no acumulado do ano ainda esteja 8,4% inferior ao mesmo período de 2015.
Como as importações registraram uma queda superior à das exportações no ano, a balança comercial do estado registrou superávit de US$ 472,7 milhões até novembro, diferente do déficit de US$ 488,4 milhões apresentado em igual período de 2015. A corrente de comércio exterior do estado (soma de exportações e importações) porém, só alcançou no período US$ 12,1 bilhões, 19,5% inferior ao ano anterior.